26/05/2025
UM TIRO À ALMA
Ninguém vive só, talvez por dentro. Mas por fora Somos todos conectados por fios invisíveis, por energias por emoções e vibrações, somos todos um embora que separados. O ser separado, isolado, ignorando de propósito, morre na alma. Osilêncio que é silêncio, e não apenas a ausência de palavras, corroe, dilacera, faz questionar a própria existência.
Será que existo e, ou esta existência por acaso tem algum valor para os outros? A vida, a vida do ignorado, aquele jogado ao silêncio, ao desprezo mudo, à inutilidade até atingir o estado vegetativo, o ser inerte, desprovido de alguma consideração e respeito, indigno até do próprio respirar. O ser pergunta se possui algum valor, aquele valor que não seja oque que lhe é atribuído; a atenção, que se é-lhe retirada o que é que resta se não o próprio vazio existencial, um simples ser vegetal, jogado ao canto, pior que um cadáver, porque a estes ainda se lhes-é dedicado algum pensamento, um olhar às suas fotografias, às suas vestes e lembranças...
Mas o ser vivente, vegetal, vivo apenas na sua própria existência sem o qual nada possui, quando ignorado de propósito e com propósito de, talvez o expelir do grupo, do meio, da convivência e ou para o domar e instruir.
Porque um ignorado, alguém com quem se tem algum laço, pai, mãe, filho, marido ou mulher... Quando jogado a esse estado, se desejar, muda. É a única morte da qual não se deseja ressuscitar. Pode-se morrer fisicamente e ser esquecido é irrelevante, mas quando nos dão como mortos e esquecidos em vida é asfixiante e traz ao desejo a morte física.
Aí nos lembramos de que a nossa existência não é única e somente nossa, o existir de cada um de nós é transversal, dos outros para nós e de nós para os outros. Um filho quando vê o pai abraçar seus irmãos e ele deixado de parte, rejeitado até das actividades domésticas ... Deseja-se morrer se for um indivíduo de sã consciência.
O silêncio quando bem usado reaviva ou mata.