17/11/2025
VALORIZAM O GANGSTA
ENQUANTO AINDA CAMINHA ENTRE NÓS.
Há pessoas que parecem caminhar sobre brasas todos os dias, como se a vida tivesse decidido que o chão delas nunca seria simples, nunca seria leve. Gangsta é uma dessas pessoas. E Angola distraída, teimosa, acostumada a perder seus melhores filhos, insiste em fingir que não vê.
Eu não sei em que esquina começou essa coragem dele, se foi na infância, no bairro, na vida dura, ou naquele momento exato em que o medo deixou de fazer sentido. O que eu sei é que, quando ele fala, há um peso diferente na voz, não é discurso, não é propaganda, não é ambição de palco. É aquilo que quase ninguém hoje tem: convicção.
Aqui, quem fala demais vira problema.
Quem pensa demais vira ameaça.
Quem questiona demais vira inimigo. E quem insiste… ah, quem insiste, vira alvo.
Mesmo assim, ele insiste.
E é por isso que escrevo esta crônica: porque insistir tem preço, e o país conhece bem o costume de só valorizar quando já perdeu.
Outro dia, enquanto observava as conversas nas redes, percebi que muita gente tem esse hábito triste: só aplaude quando o palco já está vazio. Só reconhece quando o nome já virou saudade. Só elogia quando a voz já não responde. E eu penso: será que vamos repetir isso de novo? E ainda mais com o Gangsta?
Eu posso discordar de alguns métodos do Gangsta, e discordo. Mas discordar não me dá o direito de virar carrasco.
Não me dá o direito de atirar pedras de longe, nem de exigir perfeição de quem está a fazer o trabalho que nós não fazemos.
Há quem goste de conforto, e há quem goste de verdade. Mas, nosso irmão, escolheu a segunda. E paga muito caro por isso.
Sinto que, a cada dia que passa, Angola corre o risco de perder não só um ativista, mas uma consciência viva. Porque há vozes que o país não pode dar-se ao luxo de silenciar e a dele é uma delas. Não pela fama, não pelos seguidores, não pelo barulho. Mas porque ele desperta. E despertar, num país acostumado ao sono forçado, é quase um crime.
Por isso digo e digo com a sinceridade de quem sabe observar as entrelinhas: valorizem o homem enquanto ele ainda respira entre nós. Enquanto ele ainda provoca, ainda cutuca, ainda obriga o país a se ver ao espelho.
Não esperem o silêncio para entender o valor da voz. Não esperem a ausência para reconhecer o peso da presença. Não esperem a perda para declarar a importância.
Angola tem essa mania cruel de aprender tarde. Que não seja assim desta vez. Enquanto o Gangsta ainda caminha, enquanto ainda enfrenta, enquanto ainda carrega nas costas o peso de despertar consciências… façam a parte de vocês:
Vejam-no, escutem-no, valorizem-no... Porque a coragem não dura para sempre. E quando se vai, leva junto algo do país. Valorizem o tropa.
Comenta, curte e partilha este texto até chegar a todos os angolanos e ao Gangsta77
Que esta mensagem circule como consciência viva, enquanto ele ainda caminha entre nós.
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