08/05/2025
A suspensão de um diálogo sobre o pacote legislativo eleitoral por via judicial é, no mínimo, preocupante. Em qualquer Estado de Direito, a separação de poderes deve ser respeitada e reforçada — o judicial não deve interferir com o espaço reservado ao debate político e legislativo, sobretudo quando estão em causa reformas com impacto direto na democracia e na confiança pública.
Mais do que uma questão legal, trata-se de um sinal sobre como as instituições dialogam (ou deixam de dialogar) entre si. Quando as providências urgentes demoram, e quando os canais de diálogo se fecham ou são bloqueados, o país inteiro perde — perde-se tempo, perde-se legitimidade e, pior ainda, perde-se a confiança dos cidadãos.
Angola tem potencial, tem talento e tem instituições. Mas também precisa de decisões corajosas, transparentes e céleres. A democracia faz-se com voz, não com silêncio imposto.