Rádio Despertar Angola

Rádio Despertar Angola Esta é a pagina oficial no Facebook da Rádio Despertar Comercial. A Emissora que surge para servi-lo com uma programação diversificada.

Informação, Entretenimento. Tudo com qualidade
91.0FM E www.radiodespertar.ao Informação, Entretenimento, tudo com qualidade são as principais marcas dessa estação emissora.

19/09/2025
O PRÓXIMO! ENTRE DRUMMOND E AMÍLCAR: O NADA EM DUAS VERSÕES Em Angola, falar em “mexidas no Governo” tornou-se uma espéc...
19/09/2025

O PRÓXIMO!
ENTRE DRUMMOND E AMÍLCAR: O NADA EM DUAS VERSÕES

Em Angola, falar em “mexidas no Governo” tornou-se uma espécie de entretenimento nacional. Há quem faça disso lotaria, há quem encare como corrida de cavalos, há quem se divirta com os boatos e há até os que se fingem de analistas sérios, como se fosse possível, dentro de um sistema tão centralizado, acreditar que um ministro tem autonomia para mudar o rumo das coisas. Pois bem, desta vez, os holofotes recaem sobre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Comunicação Social, com o nome de Mário de Oliveira no centro do falatório e, como sempre, meia dúzia de substitutos perfilados nos corredores do poder.

Entre esses nomes, Rui Kandove, jornalista com currículo conhecido, aponta dois: Amílcar Xavier e Drummond Jaime. Ambos, figuras do meio, ambos com trajetórias visíveis. Mas o que nos dizem as suas passagens? Drummond, atual PCA das Edições Novembro, aquele império de jornais: Jornal de Angola, dos Desportos, Económico, que deveriam ser laboratórios de criatividade e referência de bom jornalismo, mas que continuam iguais ao tempo de partido único, ou seja permanecem estáticos, com a mesma previsibilidade de sempre, tão aborrecidos quanto uma sessão de propaganda interminável. Quem lê o Jornal de Angola sabe: a manchete já está escrita antes de o dia nascer, bastando apenas escolher se será “O Presidente inaugurou”, “O MPLA reforçou” ou “A economia vai bem, apesar de tudo”.

E Amílcar Xavier? Que lições de jornalismo deixou que possam ser evocadas com entusiasmo? Memória curta, ou melhor, memória vazia. Nada que se registe como exemplo de inovação ou coragem. F**a apenas o nome, o cargo, o círculo de influência. E eis o grande problema: continuamos a acreditar que os nomes, por si só, alteram os sistemas. Que a entrada de um novo ministro é como a chegada de um maestro que, de repente, transforma a orquestra desafinada em sinfonia. Mas esquecemo-nos que a partitura já está escrita e que o maestro, por melhor que seja, não pode mudar nem uma nota.

Francisco Mendes é exemplo gritante disso. Na Zimbo, ousou alguma coisa, arriscou, mexeu nas águas paradas. Bastou atravessar para a TPA e pronto: caiu no mesmo buraco negro do conformismo, tornou-se parte do problema. Hoje, é visto como mais um operador da máquina partidária, reforçando a propaganda em vez de serviço público de comunicação. Não foi falta de talento, não foi falta de coragem pessoal, foi simplesmente o sistema a engolir o indivíduo.

É aqui que o debate se perde. Analistas que se deixam levar pela ilusão da mudança via nomeações esquecem-se do essencial: os ministros em Angola são auxiliares, meros executores de ordens superiores. O centro do poder é rígido, impenetrável e centralizado. O ministro pode ser o mais brilhante, o mais ousado, o mais inovador, será sempre apenas uma peça da engrenagem. É como acreditar que trocar o motorista vai transformar o carro velho em Ferrari. O carro é o mesmo, o motor é o mesmo, o combustível é o mesmo.

E ainda assim, não faltam os que, como Kandove, fazem malabarismos intelectuais, apontando nomes como se isso fosse o suficiente para reescrever a realidade. A ilusão é tão conveniente que até parece uma profissão. Talvez sirva a interesses pessoais, talvez seja apenas ingenuidade, talvez seja a velha mania de querer acreditar. Mas a verdade política, nua e crua, é que um sistema estruturado em lógica marxista-partidária, fechado sobre si próprio, não se altera com um despacho presidencial de nomeação.

Os grandes pensadores já diziam que a política é a arte do possível, mas em Angola a política parece ser apenas a arte da repetição. Trocam-se peças, mantêm-se os tabuleiros, e os resultados continuam iguais. Os que acreditam que basta um novo ministro para transformar o setor são como quem põe óculos de madeira para tentar enxergar o horizonte. Não veem nada, mas insistem que há paisagem.

E, no meio disso tudo, nós, os cidadãos, os jornalistas, os leitores continuamos a ser plateia deste teatro previsível. O enredo é o mesmo: boatos de mexidas, nomes atirados para a mesa, falsas esperanças de mudança. Depois, a nomeação sai, a festa dura um dia, e logo voltamos ao velho normal. O palco é grande, os atores são conhecidos, mas o roteiro já está escrito há décadas.

Portanto, sejamos sérios: enquanto o sistema não mudar, não há ministro que se salve. Podem vir Amílcar, Drummond, Francisco ou até o melhor gestor escandinavo, todos falharão. E falharão não por incompetência individual, mas porque em Angola o ministro não manda: apenas executa. E executa sempre a mesma música. A orquestra, meus senhores, continuará a tocar desafinada.

Por: Horácio dos Reis | Jornalista

19/09/2025

PARLAMENTO PÚBLICO

18/09/2025

JORNAL DA TARDE | ANTÓNIO FESTOS

SONANGOL, SEGREDOS E SUBORNOS: QUEM TEM MEDO DA VERDADE?Diz um velho provérbio africano: “quem vende a sua palavra, perd...
18/09/2025

SONANGOL, SEGREDOS E SUBORNOS: QUEM TEM MEDO DA VERDADE?
Diz um velho provérbio africano: “quem vende a sua palavra, perde a sua honra; quem compra o silêncio, compra também a vergonha.” E nesta novela que envolve o jornalista Mariano Brás, supostos agentes da secreta e até um dirigente do MPLA, Aniceto Cunha, parece que já não sabemos quem é o artista e quem é o bandido. Talvez, no fundo, todos sejam ambos.

A história é digna de um manual de más práticas: um jornalista que teria informações comprometedoras sobre a Sonangol, a joia da coroa que mais parece mina de escândalos, e uma proposta de 100 mil dólares para não publicar o material. Segundo os relatos, houve encontro, houve negociação, houve até suposto “acordo”. Só que, como no mercado da baixa, quando o cliente chega para levantar a mercadoria, descobre que o produto não corresponde ao combinado. Daí nasceu a confusão.

O curioso não é só o enredo rocambolesco, mas o silêncio cúmplice das instituições que, em teoria, deveriam zelar pela ética e pela verdade jornalística. A ERCA, que devia regular a comunicação social, comporta-se como quem apenas regula a quantidade de poeira que acumula nos seus gabinetes. A Comissão da Carteira e Ética, então, parece ter transformado o conceito de “ética” em mera peça decorativa. Ambas funcionam como aqueles guardas noturnos que dormem no portão e só acordam quando o ladrão já levou tudo.

Os manuais clássicos da comunicação social de Walter Lippmann a Kovach & Rosenstiel, ensinam que o jornalismo é, acima de tudo, um serviço público: informar com rigor, investigar com coragem, e expor a verdade sem se vender. Mas na prática angolana, o manual parece ter sofrido uma edição pirata: “o jornalista investiga, publica se não receber proposta, e se receber, negocia. Caso contrário, denuncia… mas só se der lucro.”

Há, aqui, dois, ou mais crimes públicos claros: quem tentou comprar o silêncio e quem supostamente aceitou negociar a palavra. Ambos sujam a profissão e reforçam a perceção de que o jornalismo deixou de ser um pilar da democracia para se transformar numa extensão das práticas de corrupção.

E o Ministério Público? Esse, só acorda quando o sino do palácio toca. Caso contrário, dorme profundamente, indiferente ao facto de estarmos perante crimes públicos: corrupção, chantagem, tentativa de rapto, associação criminosa. Tudo junto numa panela que ferve e exala o cheiro nauseabundo de impunidade. Como dizia George Orwell, “num tempo de engano universal, dizer a verdade é um ato revolucionário”. Mas aqui, a revolução é sufocada pela conveniência.

Perguntemo-nos: que segredos tão obscuros guarda a Sonangol que prefere pagar pela mordaça a permitir a transparência? E o mais grave: que tipo de jornalismo é esse que se presta ao papel de caixa multibanco das elites, onde a notícia só sai se não houver “levantamento” prévio?

O pior de tudo é que esta prática não é nova. Como bem lembra a memória coletiva, já se fizeram “fortunas” à custa do jornalismo de chantagem. Jornalistas que, com a caneta, ergueram impérios que nem 30 anos de salário honesto sustentariam.

Aristóteles dizia que “a coragem é a primeira virtude, porque garante todas as outras”. O jornalismo angolano, infelizmente, parece ter trocado a coragem pela conveniência, a virtude pelo vil metal. A ética, outrora defendida como bandeira, hoje serve de tapete para limpar os pés antes de entrar em reuniões secretas de chantagem.

No fim, sobra-nos a amarga ironia: instituições reguladoras que não regulam, jornalistas que não informam, governantes que não governam e uma sociedade que assiste a tudo como se fosse telenovela mexicana. Talvez o único co***lo seja outro provérbio: “a mentira pode correr anos, mas a verdade anda descalça e ainda assim alcança.”

Resta saber se, neste caso, a verdade terá coragem de calçar as sandálias e aparecer na praça pública. Porque até agora, só vemos bandidos disfarçados de artistas e artistas que já se assumem como bandidos.

17/09/2025
17/09/2025

JORNAL DA TARDE | SILA CHIPA

Endereço

Luanda

Notificações

Seja o primeiro a receber as novidades e deixe-nos enviar-lhe um email quando Rádio Despertar Angola publica notícias e promoções. O seu endereço de email não será utilizado para qualquer outro propósito, e pode cancelar a subscrição a qualquer momento.

Entre Em Contato Com O Negócio

Envie uma mensagem para Rádio Despertar Angola:

Compartilhar