20/10/2025
RANGEL: OBRAS INACABADAS NA RUA DO PRÉDIO DOS SOVIÉTICOS PREOCUPAM MORADORES DO MARÇAL
As obras de reabilitação na conhecida Rua do Suba, no Bairro Marçal, no município do Rangel, em Luanda, visando o escoamento das águas residuais, tem preocupado os moradores, que falam da morosidade dos trabalhos do empreiteiro, situação que pode f**ar complicada com as chuvas, que já começam a cair na capital do país.
No local, a Rádio Angola constatou que os trabalhos arrancaram em Junho de 2025, mas passados mais de três meses, segundo os moradores, as obras encontram-se “praticamente paradas” da sua execução física.
Enquanto durarem os trabalhos de reabilitação, quem passa depara-se com um cenário “arrepiante” dominado com cheiro nauseabundo, devido aos amontoados de lixo e águas paradas apodrecidas, onde ratos, mosquitos, baratas e outros vermes, fazem moradora num autêntico perigo à saúde pública.
A Rádio Angola esteve na “Rua do Suba”, no Marçal e a realidade encontrada é a que se pode ver nas imagens, situação que diariamente preocupa os moradores, que temem por dias difíceis com a época chuvosa.
“Aqui quando chove, a rua f**a muito perigosa, devido ao volume da água que chega ao ponto de inundar as residências dos moradores”, disse ao portal Rádio Angola, um dos seguranças ouvido no local, acrescentando que “as águas passam mesmo dentro da conduta da EPAL e evacua até no supermercado Arreiou”.
A anciã Domingas Eduardo, 76 anos, manifesta-se apreensiva com o cenário que se verif**a, por isso, apela ao Governo Provincial de Luanda (GPL) para intervir no caso, no sentido de “pressionar o empreiteiro” para acelerar com os trabalhos, enquanto as chuvas ainda não caem intensamente em Luanda.
A reportagem da Rádio Angola tentou ouvir os responsáveis da empresa que estão a fazer os trabalhos no terreno, mas sem sucesso.
A jovem Filomena Torres, estudante da 12ª classe, lamenta os constrangimentos que a degradação da Rua do Suba, no Marçal tem causado aos moradores.
Segundo ela, as águas paradas associadas aos amontoados de lixo, reflectem ao cheio nauseabundo que se sente ao longo da rua para quem frequenta o conhecido “Prédios dos Soviéticos”, no Rangel.
Para os moradores do “prédio dos soviéticos”, a situação “é cada vez mais lastimável, porquanto, para além do lixo, que tem produzido muitas moscas, mosquitos e vermes”, as águas paradas constituem a principal fonte de criação de mosquitos – vectores causadores de paludismo, malária, cólera e outras doenças.
A jovem Alia Ariadine, morador do Marçal disse à Rádio Angola que a situação está cada vez mais crítica, pois, “não está a dar para se ter uma vida condigna”, acrescentando que “o governo nada faz para resolver o problema, que já se arrasta há mais de um ano”.
Sebastião André, um dos moradores do Marçal há mais de 40 anos, critica a “incompetência” da Administração Municipal do Rangel, que de acordo com o cidadão, “há décadas que não consegue dar resposta ao problema do lixo e do saneamento básico no Marçal”.
A organização dos direitos humanos, Friends of Angola (FoA), numa carta endereçada há tempos ao Governo Provincial de Luanda (GPL), considerou que, os amontoados de lixo existentes junto às instalações da Empresa Públicas de Águas de Luanda (EPAL), na Rua do Suba-20, no Marçal, em Luanda, constituem um atentado à saúde pública e apelou as autoridades competentes para a sua remoção com urgência.
O clamor dos cidadãos residentes no Marçal, segundo a FoA, “é garantir as condições de higiene e saneamento básico”.
Na carta endereçada na altura ao GPL e ao Presidente do Conselho de Administração da ELISAL, que a Rádio Angola teve acesso, subscrita pelos residentes, a organização defensora dos direitos humanos, classificou que “o problema do lixo e das águas paradas constituem um risco sério à saúde pública para centenas de moradores, incluindo crianças”.
Os amontoados de lixo e águas paradas têm tomado de assalto as instalações da EPAL, onde se faz o tratamento e distribuição da água que tem servido para o consumo de milhares de habitantes em Luanda.