24/07/2024
O jornalista da Rádio Despertar, Agostinho Kayola sofreu na noite deste domingo, 14, uma tentativa de assassinato, após ter sido sequestrado por homens armados, quando o relógio marcava 20h00, no bairro Danjarreux, município do Talatona, em Luanda, duas horas depois de ter saído da estação radiofônica, onde apresentava o programa “Tarde de Domingo”.
Os elementos munidos de armas de fogo, não identificados até ao momento, que se presumem ser meliantes, surpreenderam o profissional na zona do Dangereux, onde foi imobilizado dentro da sua viatura e levado para uma área inóspita.
No testemunho dado ao O Decreto, Agostinho Kayola contou que, após ser abordado dentro da sua viatura, os supostos meliantes solicitaram todos os seus documentos pessoais, conferiram a identidade com as suas redes sociais e começaram a discutir qual seria o proceder a seguir por cerca de 15 minutos.
Os homens do “alheio”, segundo o jornalista, “cortaram um dos cintos de segurança e com ele amarraram-me e o forçaram a ficar de costas embaixo do banco de trás do carro com uma pi***la equipada com um silenciador apontada para a sua nuca”, contou.
Ainda traumatizado, Kayola descreveu que, enquanto os meliantes discutiam e giravam por mais de 1h00, com o mesmo amarrado em locais incertos para decidir sobre o que poderia ser depois disso, um dos seus algozes terá dito que “vamos só já lhe matar porque ele já viu os nossos rostos”, enquanto o outro atenuava e pedia para esperar por um momento oportuno.
“Quando chegaram a um local muito escuro na zona do Golfe 2, onde quase não havia pessoas, faziam várias ligações e perguntas pessoais para decidir então qual seria o final”, disse.
O jornalista, que disse ter visto a morte por um fio, relata que, os dois supostos marginais, chegaram à conclusão momentos depois que o deveriam executar, porém, precisavam que fosse num sítio que não deixariam mais rastros na hora de se desfazer do corpo.
“Quando tentavam ligar a viatura e ir para outro sítio, o carro felizmente não pegava. Insistiam, mas o carro terá bloqueado e por alguma razão de desconhecimento dos meliantes sobre a viatura elétrica não conseguiram”, disse, acrescentando que “foi assim, que, aborrecidos abandonaram a viatura tendo-me orientado a não fazer qualquer tipo de movimento sob pena de regressarem e executarem-me ali mesmo”.
Segundo uma descrição feita por Romão de Jesus, irmão da vítima, “os meliantes levaram apenas o seu telefone, documentos pessoais e os da viatura não estando interessados em qualquer quantia monetária”.
“Finalmente, com algum esforço, Kayola conseguiu gritar por socorro de quem estava próximo e foi socorrido por dois jovens que o acompanharam até à esquadra mais próxima”, salientou o irmão, que ao mesmo tempo “atribui graças a Deus” pelo livramento do Agostinho Kayola, das mãos de malfeitores.
O jornalista apresentou nesta segunda-feira, 15, uma participação criminal à Esquadra da Polícia Nacional (PN) do Golfe 2, no município do Kilamba-Kiaxi, em Luanda.
O Decreto