
15/09/2025
Ser streamer gamer em Angola vale a pena?
Umas das questões que mais tenho recebido na página é:
"Vocês estão nisso há muito tempo, têm bons conteúdos, não fazem isso ou aquilo porquê?"
A realidade angolana é muito diferente das imagens que temos visto, apesar de não ser desculpa, vamos lá analisar algumas coisas.
Ser streamer gamer em Angola não é impossível, mas exige visão estratégica, investimento inteligente, paciência e, sobretudo, um público-alvo que vá além das fronteiras nacionais.
O custo de vida é alto, a internet é cara e instável, os jogos e equipamentos custam muito mais do que em outros países, e o público local ainda não tem grande adesão a este tipo de conteúdo, um dos grandes problemas, o público.
Temos massa, mas não temos serviços, quando visito casa de jogos, há um factor, temos muitos gamers, mas pouca aderência a estes tipos de coisa, um dono de casa de jogos está nessa vida há anos, ele sabe tudo sobre PS3, PS4 e PS2, mas ele não faz ideia o que é Elden Ring ou o que é Streamer, não faz nem ideia quem seja EDuu ou Zangado Games, falando de referências, mostra o quão limitado ainda somos.
Pode valer a pena, desde que o teu foco não seja restrito ao público angolano.
O Brasil, por exemplo, é um mercado enorme, fala a mesma língua e já tem uma comunidade gamer consolidada, ativa e aberta a novos criadores de conteúdo. É uma porta de entrada natural para quem quer alcançar mais gente.
Outro ponto a considerar é que o YouTube em Angola ainda não permite monetização direta. Ou seja, quem quer viver disso precisa encontrar alternativas, criar a conta em países onde a monetização é habilitada, apostar em parcerias, procurar doações em plataformas externas ou até expandir a presença para redes que ofereçam melhores condições.
• Sugestões práticas para contornar as limitações:
- Internet instável e cara
Em vez de fazer transmissões ao vivo longas, apostar em gravar vídeos, editar e depois carregar em horários em que a internet está mais estável ou barata. Lives podem ser reservadas para ocasiões especiais.
- Alto custo dos jogos
Aproveitar promoções em lojas digitais, jogar títulos gratuitos (free-to-play) ou clássicos que continuam a ter grande público (como CS:GO, Fortnite, LoL, Minecraft). Também é possível criar conteúdo em torno de jogos mobile, que têm mais acessibilidade, exemplo disso é o Kratos Dallas.
- Falta de monetização no YouTube Angola
Usar contas vinculadas a países onde a monetização já está ativa ou explorar plataformas alternativas como Twitch, Trovo e Kick, que permitem subscrições e doações internacionais.
- Construir comunidade
Usar TikTok, Instagram Reels e Shorts do YouTube para cortes rápidos e divertidos das gameplays. Isso atrai público e gera crescimento mais rápido do que depender só de lives longas.
- Aproveitar a identidade angolana
O diferencial pode estar justamente em ser streamer de Angola, trazendo sotaque, humor local e referências culturais únicas que criam identidade e curiosidade em públicos de fora.
- Parcerias e networking
Conectar-se com streamers de língua portuguesa em grupos, discords e colaborações. Isso amplia visibilidade sem depender apenas do público local.
By: Mwamba Nerds