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Neste dia, há 58 anos — em 8 de outubro de 1967 — o guerrilheiro argentino Ernesto “Che” Guevara foi capturado pelo Exér...
08/10/2025

Neste dia, há 58 anos — em 8 de outubro de 1967 — o guerrilheiro argentino Ernesto “Che” Guevara foi capturado pelo Exército boliviano após um confronto na Quebrada del Yuro e levado ao vilarejo de La Higuera, onde seria executado sumariamente, encerrando a trajetória de um dos personagens mais mitificados do século XX.

Formado em medicina e convertido em militante marxista, Che ganhou projeção ao lado de Fidel Castro na Revolução Cubana (1959). Após o triunfo, foi nomeado presidente do Banco Nacional de Cuba e, em seguida, ministro da Indústria, tornando-se símbolo do ideal revolucionário. Mas, como gestor, foi ineficiente e dogmático: tentou substituir incentivos materiais por morais e ampliar o controle central da economia, o que agravou as ineficiências produtivas em Cuba. Seu radicalismo ideológico e suas críticas à Moscou — já parceira estratégica de Havana — criaram tensões com Fidel, que passou a vê-lo como um problema político. Em 1965, desapareceu de cena: Fidel leu em público uma carta de “despedida” que selava sua partida para novas aventuras revolucionárias – interpretado por muitos historiadores como uma forma elegante de afastar um aliado incômodo, sem romper o mito da unidade revolucionária.

Há alguns anos, ao visitar o Museu da Revolução, em Havana, fiquei impressionado com o amadorismo das campanhas de Che fora de Cuba. Na Bolívia, ele liderou um grupo de cerca de 47 combatentes sem apoio popular. Mal armados, isolados e sem contato com Havana, foram rapidamente derrotados — um esforço fadado ao fracasso. A CIA prestou apoio logístico e de inteligência ao Exército boliviano na operação que levou à sua captura e execução.

A imagem de Che, no entanto, sobreviveu à derrota. O retrato feito pelo fotógrafo cubano Alberto Korda transformou-o em ícone global de rebeldia, mais cultural do que político. Hoje, seu legado divide opiniões: para uns, um idealista que enfrentou o imperialismo; para outros, um revolucionário autoritário que acreditava na violência como método e fracassou em quase tudo o que tentou construir. Quase 6 décadas depois, o “Che” permanece lembrado menos por aquilo que realizou — e mais pelo poder do mito que ainda o sustenta.

Neste dia, há 81 anos — em 7 de outubro de 1944 — chegava ao fim, em Washington, a Conferência de Dumbarton Oaks, encont...
07/10/2025

Neste dia, há 81 anos — em 7 de outubro de 1944 — chegava ao fim, em Washington, a Conferência de Dumbarton Oaks, encontro que lançaria as bases da futura Organização das Nações Unidas (ONU). Realizada em plena Segunda Guerra Mundial, reuniu representantes dos Estados Unidos, Reino Unido, União Soviética e China para imaginar como evitar que o mundo mergulhasse novamente no caos após a derrota do Eixo.

Durante sete semanas, diplomatas se reuniram na mansão de Dumbarton Oaks, no bairro de Georgetown, e definiram o esqueleto institucional da nova organização: um Conselho de Segurança com membros permanentes e poder de veto, uma Assembleia Geral, um Secretariado e uma Corte Internacional de Justiça. Mas questões decisivas — como o alcance do veto e os critérios de admissão de novos membros — ficaram em aberto. Esses pontos seriam resolvidos poucos meses depois, na Conferência de São Francisco, entre abril e junho de 1945, quando 50 países aprovariam a Carta das Nações Unidas, transformando as ideias discutidas em Washington em uma instituição real. Ali, países do então chamado Sul Global, especialmente da América Latina, do Oriente Médio e do Sul da Ásia, desempenharam papel decisivo ao defender a igualdade soberana entre Estados grandes e pequenos e a inclusão explícita dos direitos humanos no texto final — um contraponto à ênfase das grandes potências na segurança.

O encontro de 1944 foi marcado por tensões entre as potências: os soviéticos queriam garantir influência no Leste Europeu, os americanos buscavam equilibrar liderança e cooperação, e a China via na futura ONU uma chance de se afirmar como potência global. A ausência da França, incluída apenas mais tarde, refletia o novo mapa de prestígio mundial.
Hoje, o local onde nasceu o embrião da ONU é um refúgio de paz em meio à capital americana.

A Dumbarton Oaks Estate, administrada pela Universidade de Harvard, abriga jardins e um museu abertos ao público. Logo ao lado, o Dumbarton Oaks Park é um dos meus passeios favoritos entre reuniões em Washington, altamente recomendado a quem quiser caminhar por onde começou a ideia das Nações Unidas. 🇺🇳

Neste dia, há 39 anos — em 5 de outubro de 1986 — o jornal britânico The Sunday Times publicou a reportagem que revelou ...
05/10/2025

Neste dia, há 39 anos — em 5 de outubro de 1986 — o jornal britânico The Sunday Times publicou a reportagem que revelou ao mundo um dos segredos mais bem guardados da Guerra Fria: o programa nuclear secreto de Israel. O responsável pelo vazamento foi Mordechai Vanunu, ex-técnico da usina de Dimona, que forneceu provas fotográficas e testemunhais de que o país já havia produzido dezenas de ogivas atômicas, apesar da política oficial de “ambiguidade” mantida por Tel Aviv.

Até então, Israel se recusava a confirmar ou negar possuir armas nucleares, cultivando uma posição que lhe permitia manter dissuasão estratégica sem sofrer as mesmas pressões internacionais aplicadas a outros países. A denúncia de Vanunu rompeu o silêncio: estimativas apontavam que Israel poderia ter entre 100 e 200 ogivas, tornando-se a presumida única potência nuclear do Oriente Médio.

Poucos dias antes da publicação, Vanunu foi sequestrado pelo Mossad em Roma e levado secretamente para Israel, onde seria condenado por traição e espionagem. Passou 18 anos na prisão, 11 deles em confinamento solitário, e desde então enfrenta severas punições e restrições de liberdade, incluindo vigilância constante.
Para uns, tornou-se símbolo de coragem e transparência; para outros, um traidor que comprometeu a segurança nacional.

Politicamente, o episódio reforçou o paradoxo da posição israelense. O país nunca assinou o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) e continua a manter sua doutrina de ambiguidade até hoje, evitando confirmar oficialmente seu arsenal. A revelação de Vanunu expôs não apenas a capacidade militar de Israel, mas também a tolerância das grandes potências — em especial dos Estados Unidos — diante de um aliado estratégico que escapa a regras aplicadas com rigor a outros Estados.

Três décadas depois, a reportagem de 1986 segue como divisor de águas no debate sobre hipocrisia nuclear, segurança internacional e o papel dos denunciantes. Ao expor o “segredo aberto” do Oriente Médio, Vanunu mostrou que a política nuclear global é marcada não só por tratados e diplomacia, mas também por silêncios calculados e conveniências políticas.

Neste dia, há 443 anos — em 4 de outubro de 1582 — o Papa Gregório XIII introduziu oficialmente o calendário que usamos ...
04/10/2025

Neste dia, há 443 anos — em 4 de outubro de 1582 — o Papa Gregório XIII introduziu oficialmente o calendário que usamos até hoje: o calendário gregoriano. A mudança foi decretada pela bula papal Inter gravissimas e corrigia um problema que vinha se acumulando havia séculos: o descompasso entre o ano civil, baseado no calendário juliano, e o ano solar.

A cada 128 anos, o calendário juliano adiantava aproximadamente um dia em relação ao solstício e ao equinócio, o que afetava a determinação de datas religiosas centrais para a Igreja, como a Páscoa. Para ajustar essa diferença, a reforma eliminou dez dias do calendário: assim, em países católicos, o dia seguinte ao 4 de outubro de 1582 passou a ser 15 de outubro de 1582.

O gregoriano não apenas cortou dias: ele reformulou a regra dos anos bissextos (que possuem 366 dias, em vez de 365). No calendário juliano, todo ano divisível por 4 era bissexto, o que criava o acúmulo de erro. No novo sistema, continuou-se a acrescentar um dia a cada quatro anos, mas os anos divisíveis por 100 deixaram de ser bissextos, a não ser que também fossem divisíveis por 400. Assim, 1600 e 2000 foram bissextos, mas 1700, 1800 e 1900 não. Essa sutileza reduziu drasticamente a diferença em relação ao ano solar: o gregoriano perde apenas 1 dia a cada 3.000 anos, contra 1 dia a cada 128 anos do calendário juliano.

A reforma foi concebida pelo médico e astrônomo italiano Luigi Lilio. Após sua morte, o projeto foi defendido e detalhado pelo jesuíta matemático e astrônomo Christopher Clavius. Assim, o calendário nasceu do trabalho conjunto de cientistas e da autoridade eclesiástica.

Inicialmente, apenas países católicos como Itália, Espanha, Portugal e França aceitaram a mudança. Estados protestantes, ortodoxos e mais tarde países não europeus resistiram, vendo na reforma uma imposição da autoridade papal. A Inglaterra, por exemplo, só adotou o novo calendário em 1752, a Rússia apenas em 1918, após a Revolução de 1917, e a Grécia em 1923. O resultado foi que, durante séculos, diferentes partes do mundo viveram em “tempos” distintos.

Neste dia, há 2.356 anos — em 1º de outubro de 331 a.C. — ocorreu a Batalha de Gaugamela, perto da atual Erbil, no Iraqu...
01/10/2025

Neste dia, há 2.356 anos — em 1º de outubro de 331 a.C. — ocorreu a Batalha de Gaugamela, perto da atual Erbil, no Iraque. Foi o confronto decisivo entre Alexandre, o Grande, e o rei persa Dario III, que selou o destino do Império Persa e abriu caminho para a expansão do mundo helenístico.

Embora estivesse em desvantagem numérica — estimativas modernas apontam para algo em torno de 80 a 100 mil contra 47 mil macedônios — Alexandre apostou na disciplina e na flexibilidade de suas tropas. Com manobras rápidas e uma carga decisiva contra o centro persa, conseguiu desestabilizar Dario, que fugiu do campo de batalha. O resultado foi uma vitória esmagadora: a Mesopotâmia caiu nas mãos macedônicas, seguida pela Babilônia e, em pouco tempo, pelo coração da Pérsia.

A importância de Gaugamela vai além da glória militar. A partir dessa vitória, Alexandre pôde se apresentar não apenas como conquistador, mas como herdeiro dos reis persas, governando um império que unia Ocidente e Oriente. Essa fusão produziu o chamado mundo helenístico, no qual a língua grega tornou-se veículo comum para comércio, ciência, filosofia e religião.

Após Gaugamela, Alexandre seguiu rumo ao leste, chegando às margens do rio Indo, no atual Paquistão. Seu império se estendia da Grécia até o Egito, da Ásia Menor até a Ásia Central.
Sua trajetória, porém, foi breve. Alexandre morreu em 323 a.C., em Babilônia, aos 32 anos, provavelmente de febre ou envenenamento. Sem deixar um herdeiro legítimo capaz de unificar o império, seu vasto domínio se fragmentou rapidamente entre seus generais.

Entre os legados de longo prazo está a tradução da Bíblia hebraica para o grego em Alexandria, a Septuaginta, feita cerca de um século depois. Esse projeto só foi possível porque a cultura helenística criada pelas conquistas de Alexandre transformou o grego em língua internacional — permitindo que tradições judaicas e, mais tarde, cristãs se espalhassem muito além de suas origens.

Assim, a Batalha de Gaugamela não apenas redesenhou o mapa político de sua época: ela criou as condições para a circulação de ideias e crenças que permanecem centrais no mundo contemporâneo.

Neste dia, há 305 anos — em 29 de setembro de 1720 — estourava a Bolha dos Mares do Sul (South Sea Bubble), um dos prime...
29/09/2025

Neste dia, há 305 anos — em 29 de setembro de 1720 — estourava a Bolha dos Mares do Sul (South Sea Bubble), um dos primeiros grandes colapsos financeiros da história moderna. O episódio, ocorrido em Londres, arruinou milhares de investidores e deixou lições que permanecem atuais sobre especulação e regulação de mercados.

A Companhia dos Mares do Sul havia sido criada em 1711 para administrar parte da dívida pública britânica. Em troca, recebeu do governo direitos de comércio com a América espanhola, formalizados no Tratado de Utrecht (1713). Na prática, porém, esses privilégios foram limitados e economicamente pouco relevantes, mas a companhia foi apresentada como uma promessa quase mágica de riqueza.

Em 1720, suas ações dispararam em meio a uma onda especulativa sem precedentes, alimentada por rumores de lucros garantidos, manipulação de informações e pelo envolvimento de políticos que recebiam vantagens para apoiar a companhia. Os papéis subiram de cerca de £100 no início do ano para mais de £1.000 em agosto, atraindo nobres, banqueiros, comerciantes e até pequenos poupadores.

O colapso começou no fim do verão e se acelerou em setembro e outubro, quando ficou claro que as promessas de lucros eram ilusórias. No final de setembro, os preços já haviam despencado, destruindo fortunas em questão de dias. A crise gerou pânico social e afetou diretamente a credibilidade do sistema político britânico.

A reação foi dura: o Parlamento abriu investigações, diretores tiveram bens confiscados e ministros foram responsabilizados, como John Aislabie, então chanceler do Tesouro, que acabou preso. A coroa buscou compensar parcialmente os investidores, enquanto o Banco da Inglaterra tentou conter os efeitos do desastre, ainda que com alcance limitado.

Politicamente, a Bolha dos Mares do Sul revelou a vulnerabilidade de um sistema financeiro em formação, forçou maior escrutínio sobre a relação entre governo e mercados e inaugurou debates sobre o papel do Estado na economia. Três séculos depois, continua sendo lembrada como exemplo clássico dos riscos da especulação desenfreada e da ilusão de enriquecimento rápido.

Neste dia, há 55 anos — em 28 de setembro de 1970 — morria no Cairo, vítima de um ataque cardíaco, Gamal Abdel Nasser, p...
28/09/2025

Neste dia, há 55 anos — em 28 de setembro de 1970 — morria no Cairo, vítima de um ataque cardíaco, Gamal Abdel Nasser, presidente do Egito e uma das figuras políticas mais influentes do século XX. Sua morte, aos 52 anos, marcou o fim de uma era que transcendeu as fronteiras do mundo árabe e teve impacto direto na Guerra Fria e no chamado Terceiro Mundo.
Nasser ascendeu ao poder após a Revolução de 1952, que derrubou a monarquia de Farouk I. Inicialmente atuou nos bastidores, até assumir a presidência em 1956. Carismático e de discurso pan-árabe, tornou-se símbolo do nacionalismo árabe e da luta contra o colonialismo. No mesmo ano, ao nacionalizar o Canal de Suez, enfrentou Reino Unido, França e Israel — e, ainda que militarmente enfraquecido, saiu politicamente fortalecido, projetando-se como líder da resistência ao imperialismo ocidental.
Sua política externa foi marcada por uma hábil estratégia de equilíbrio em plena Guerra Fria. Nasser recusava alinhar-se automaticamente nem a Washington nem a Moscou, embora tivesse se aproximado da União Soviética em vários momentos, sobretudo em temas militares e de desenvolvimento. Essa postura o colocou como um dos fundadores e expoentes do Movimento dos Não Alinhados, ao lado de Nehru (Índia), Tito (Iugoslávia) e Sukarno (Indonésia). O Egito buscava mostrar que países recém-independentes poderiam traçar caminhos próprios, sem depender totalmente das superpotências.
No plano regional, Nasser sonhava com a unificação árabe. Foi um dos mentores da efêmera República Árabe Unida (1958–1961), que uniu Egito e Síria, e apoiou movimentos anticoloniais, como a luta de independência da Argélia e os republicanos na Guerra Civil do Iêmen do Norte. Ao mesmo tempo, seu governo enfrentou contradições: autoritarismo, centralização de poder e derrotas militares, em especial a Guerra dos Seis Dias contra Israel, em 1967, que minaram parte de seu prestígio.
Ainda assim, sua figura permanece associada à ideia de que o Terceiro Mundo podia ter voz própria no cenário internacional e desafiar a lógica bipolar da Guerra Fria. 🇪🇬

Neste dia, há 29 anos — em 27 de setembro de 1996 — terminou a Batalha de Cabul, com a vitória do Talibã e a proclamação...
27/09/2025

Neste dia, há 29 anos — em 27 de setembro de 1996 — terminou a Batalha de Cabul, com a vitória do Talibã e a proclamação do Emirado Islâmico do Afeganistão. O episódio marcou uma das viradas mais dramáticas da política afegã no pós-Guerra Fria, com repercussões que ecoam até hoje.

O regime pró-soviético, liderado por Mohammad Najibullah (5), havia sido derrubado em 1992, após a retirada do Exército Vermelho e o colapso da União Soviética. Mesmo assim, Najibullah permaneceu em Cabul sob proteção da ONU até ser capturado e executado pelo Talibã no dia da queda da capital. Entre 1992 e 1996, várias facções mujahidin disputaram o poder, mergulhando o Afeganistão em guerra civil. Foi nesse contexto que o Talibã emergiu, prometendo restaurar a ordem e impor disciplina religiosa.

Ao conquistar Cabul, o movimento implementou um regime ultrarradical, impondo severas restrições às mulheres e minorias e adotando punições brutais inspiradas em interpretações rígidas da sharia. Sua autoridade, porém, nunca foi total: embora tenha rapidamente expandido o controle sobre a maior parte do país — chegando a dominar cerca de 90% do território nos anos seguintes — a Aliança do Norte manteve resistência armada em províncias como Panjshir e Badakhshan.

A relação entre o Talibã e a Al-Qaeda foi simbiótica. O regime ofereceu abrigo e liberdade de movimentação a Osama bin Laden e seus seguidores, que transformaram o Afeganistão em santuário para treinar combatentes e planejar ataques. Em troca, a Al-Qaeda forneceu recursos, combatentes estrangeiros e know-how militar. Essa aliança fez do país o epicentro da militância jihadista global — culminando no 11 de Setembro de 2001, que levou à intervenção dos EUA, à queda do Emirado e a uma ocupação que só terminou em 2021.

Politicamente, o 27/9 de 1996 foi um divisor de águas. Apenas três países reconheceram oficialmente o Emirado (Paquistão, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos). A memória desse dia explica por que, ao voltar ao poder em 2021, o Talibã reviveu dilemas semelhantes aos de sua primeira ascensão: isolamento diplomático, repressão interna e a eterna pergunta sobre até onde o mundo pode — ou deve — engajar-se com o Afeganistão.

Neste dia, há 959 anos — em 25 de setembro de 1066 — ocorreu a Batalha de Stamford Bridge, um dos episódios mais decisiv...
25/09/2025

Neste dia, há 959 anos — em 25 de setembro de 1066 — ocorreu a Batalha de Stamford Bridge, um dos episódios mais decisivos da Idade Média europeia.

O rei norueguês Harald Hardrada, conhecido como um dos últimos grandes guerreiros vikings, havia invadido a Inglaterra com apoio de Tostig Godwinson, irmão exilado do rei anglo-saxão Harold II. A campanha parecia promissora: poucos dias antes, os invasores derrotaram as forças locais na Batalha de Fulford. Porém, Harold II reagiu com velocidade surpreendente. Marchou quase 300 quilômetros em menos de uma semana, partindo do sul da Inglaterra até o norte de Yorkshire, e surpreendeu os noruegueses em Stamford Bridge.

Apesar da coragem lendária de Hardrada — morto em combate com uma flecha atravessando sua garganta — os noruegueses foram esmagados. Dos milhares que haviam atravessado o mar, apenas uma pequena fração voltou à Noruega. Essa derrota marcou simbolicamente o fim da era viking como grande força de invasão na Europa Ocidental.

O significado geopolítico foi enorme. Ao repelir os noruegueses, Harold II consolidou momentaneamente sua autoridade sobre a Inglaterra. Mas a vitória teve um custo altíssimo: o exército inglês saiu exausto e desgastado. Poucas semanas depois, Harold precisaria marchar novamente para o sul para enfrentar um adversário ainda mais perigoso: Guilherme, duque da Normandia. Em 14 de outubro de 1066, os dois se encontrariam em Hastings, onde Harold II seria derrotado e morto, abrindo caminho para a Conquista Normanda da Inglaterra.

Assim, Stamford Bridge foi um prelúdio direto de uma das maiores transformações políticas da história europeia. A derrota dos vikings encerrou séculos de incursões nórdicas, enquanto a vitória efêmera de Harold II enfraqueceu sua capacidade de resistir aos normandos. A Inglaterra mudaria de forma irreversível, entrando em nova fase de integração ao continente europeu sob domínio normando.

Relembrar este 25 de setembro é entender como uma batalha pode marcar o fim de uma era e preparar o terreno para outra — a transição da Europa das incursões vikings para o mundo feudal consolidado pelos normandos.

Num dia como hoje, 24 de setembro de 1973, a Guiné-Bissau proclamava sua independência unilateral de Portugal, após mais...
24/09/2025

Num dia como hoje, 24 de setembro de 1973, a Guiné-Bissau proclamava sua independência unilateral de Portugal, após mais de uma década de luta armada liderada pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC). Esse momento marcou um passo decisivo no processo de descolonização africana e no enfraquecimento do regime português do Estado Novo, ainda determinado a manter seus territórios ultramarinos.

A luta pela libertação havia começado em 1963, sob a liderança carismática de Amílcar Cabral, intelectual e estrategista que se destacou pela capacidade de unir diversas etnias e mobilizar o campesinato contra a dominação colonial. Cabral defendia que a independência não se limitava à expulsão do colonizador, mas deveria incluir a construção de uma sociedade justa e voltada para o desenvolvimento nacional. Mesmo após seu assassinato em janeiro de 1973, sua visão continuou a inspirar o movimento.

Durante dez anos, o PAIGC organizou uma resistência armada eficaz, estabelecendo zonas libertadas no interior do país, onde criava escolas, hospitais e administrações locais, mostrando ao mundo que era capaz de governar. Esse esforço ganhou reconhecimento internacional, e, em 1972, a ONU enviou uma missão que constatou a efetividade do poder do PAIGC em grande parte do território.

Foi nesse contexto que, em 24 de setembro de 1973, reunidos em Madina do Boé, os representantes do PAIGC proclamaram oficialmente a independência da República da Guiné-Bissau. A nova Constituição foi aprovada e Luís Cabral, irmão de Amílcar, tornou-se o primeiro presidente do país. Poucos meses depois, a Assembleia Geral da ONU reconheceu amplamente a nova nação, mesmo sem o consentimento de Portugal.

A proclamação acelerou o desgaste do regime português, já envolvido em outras guerras coloniais em Angola e Moçambique. Em abril de 1974, a Revolução dos Cravos em Lisboa derrubou a ditadura de Marcelo Caetano, abrindo caminho para que Portugal reconhecesse formalmente a independência da Guiné-Bissau em setembro do mesmo ano.

O impacto da independência foi profundo. Para a África, representou mais uma vitória contra o colonialismo, reforçando a luta de outros povos que ainda buscavam soberania. Para Portugal, foi um sinal claro de que a era colonial estava chegando ao fim. Para a Guiné-Bissau, foi o início de uma nova etapa marcada por desafios internos de desenvolvimento, estabilidade política e construção de instituições.

Até hoje, o 24 de setembro é celebrado como Dia da Independência Nacional na Guiné-Bissau, não apenas como recordação da libertação do jugo colonial, mas também como homenagem a Amílcar Cabral e a todos os combatentes que sacrificaram suas vidas pela soberania.

Assim, o 24 de setembro de 1973 permanece como um dos marcos mais significativos da luta anticolonial africana, lembrando ao mundo que a liberdade é conquistada com coragem, organização e a determinação de um povo em escrever sua própria história.

Num dia como hoje, 23 de setembro de 1932, o rei Abdulaziz Ibn Saud proclamou oficialmente a unificação dos territórios ...
23/09/2025

Num dia como hoje, 23 de setembro de 1932, o rei Abdulaziz Ibn Saud proclamou oficialmente a unificação dos territórios de Hejaz e Nejd, dando origem ao Reino da Arábia Saudita. Esse acontecimento marcou o nascimento de um dos Estados mais influentes do Oriente Médio contemporâneo, não apenas pela sua dimensão territorial, mas sobretudo pelo seu peso religioso e estratégico.

A trajetória de Ibn Saud começou décadas antes. Ainda jovem, ele empreendeu campanhas militares para recuperar o controle de Riad, capital ancestral de sua família, expulsando rivais em 1902. A partir daí, expandiu sua autoridade sobre o deserto arábico, unindo clãs e tribos muitas vezes divididos por séculos de rivalidade. Ao longo de quase trinta anos, Ibn Saud consolidou sua liderança política e religiosa, até que finalmente, em 1932, pôde declarar a criação de um Estado unificado: a Arábia Saudita.

A importância desse novo país ia além da geografia. Em seu território estão localizadas as cidades sagradas de Meca e Medina, os maiores centros espirituais do Islã, que passaram a ser administrados sob a autoridade de Ibn Saud e seus descendentes. Essa responsabilidade deu à Arábia Saudita um papel especial no mundo muçulmano, transformando-a em guardiã dos lugares santos e em polo de influência religiosa global.

Poucos anos depois, em 1938, seria descoberta a imensa riqueza petrolífera do país. O petróleo alteraria profundamente a economia saudita, transformando uma nação majoritariamente tribal e agrícola em um dos Estados mais ricos e estratégicos do planeta. O “ouro negro” não apenas garantiu desenvolvimento interno, mas também projetou a Arábia Saudita como peça-chave na geopolítica mundial, sobretudo após a Segunda Guerra Mundial.

A monarquia estabelecida em 1932 permanece até hoje, governada pela família Al Saud, que consolidou um sistema político baseado na tradição islâmica wahabita e no controle dinástico. Essa forma de governo foi tanto responsável por garantir estabilidade interna em muitos períodos quanto alvo de críticas por restringir liberdades políticas.

A fundação do Reino também teve implicações para além do Oriente Médio. Ao unir tribos dispersas em uma identidade nacional, a Arábia Saudita tornou-se um exemplo de como novas estruturas estatais podiam emergir no século XX, em meio à queda dos antigos impérios e à redefinição das fronteiras coloniais.

Atualmente, cada 23 de setembro é celebrado como o Dia Nacional da Arábia Saudita, data que relembra não apenas a unificação política do território, mas também o início de uma história moderna marcada por contrastes entre tradição e modernidade, deserto e arranha-céus, religião e petróleo.

Assim, o 23 de setembro de 1932 permanece na memória como o dia em que nasceu um dos Estados mais influentes do século XX e XXI, cuja importância continua central nos debates sobre energia, religião e política internacional.

Neste dia, há 14 anos — em 23 de setembro de 2011 — o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, subiu ao púlpit...
23/09/2025

Neste dia, há 14 anos — em 23 de setembro de 2011 — o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, subiu ao púlpito da Assembleia Geral da ONU em Nova York para apresentar oficialmente a solicitação para que a Palestina fosse reconhecida como membro pleno das Nações Unidas.
Durante as décadas anteriores, após os Acordos de Oslo, os palestinos evitaram levar o tema à ONU, apostando que as negociações diretas com Israel levariam a um Estado independente. Também pesava o cálculo de que os EUA vetariam qualquer pedido no Conselho de Segurança, tornando a iniciativa um gesto simbólico sem efeito prático.
Ao levar a questão ao coração da diplomacia internacional, porém, os palestinos buscavam furar o bloqueio das negociações bilaterais, que estavam paralisadas havia anos.

O Conselho de Segurança não aprovou a adesão plena, diante da ameaça de veto americano. Ainda assim, a Assembleia Geral concedeu à Palestina, em 2012, o status de “Estado observador não membro”, o que ampliou sua atuação internacional. Nesse processo, a Palestina ingressou na UNESCO em 2011 e aderiu ao Tribunal Penal Internacional em 2015.

Vale lembrar que o reconhecimento da Palestina por países individuais começou muito antes de 2011. A China e a Rússia (então União Soviética) já reconheciam a Palestina desde os anos 1980. O Brasil reconheceu a Palestina em 2010, dando início a uma onda de reconhecimentos na América do Sul, embora países como Cuba já o tivessem feito décadas antes. Hoje, mais de 140 países-membros da ONU concederam reconhecimento bilateral, embora potências como EUA, Alemanha e Japão continuem sem fazê-lo. Em linhas gerais, o apoio concentra-se no Sul Global — América Latina, África, Ásia e Oriente Médio — enquanto as principais resistências permanecem na América do Norte e em parte da Europa Ocidental.

Nos últimos dias, esse movimento ganhou força: França, Reino Unido, Canadá e Portugal anunciaram o reconhecimento formal do Estado palestino. Atualmente, a diplomacia palestina mantém cerca de 100 embaixadas e missões oficiais ao redor do mundo.

Musica de D. Broza (🇮🇱) e M. Awad (🇵🇸), que já se apresentaram juntos para promover o diálogo

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