25/09/2025
Ousmane Dembélé entrou para a história ao se tornar apenas o sétimo jogador negro a conquistar a Bola de Ouro, premiação que existe desde 1956. Antes dele, já haviam vencido o liberiano George Weah (1995), e os brasileiros Ronaldo Fenômeno (1997 e 2002), Rivaldo (1999) e Ronaldinho Gaúcho (2005). Vale lembrar que, antes de 1995, a revista France Football restringia o prêmio a jogadores europeus, o que não impediu, no entanto, que dois negros triunfassem nesse período: o moçambicano naturalizado português Eusébio (1965) e o holandês Ruud Gullit (1987).
Essa limitação ajuda a explicar por que Pelé, mesmo sendo três vezes campeão mundial e amplamente considerado o maior jogador da história, nunca recebeu a Bola de Ouro durante a carreira. O reconhecimento ao Rei do Futebol só veio de forma simbólica em 2014, quando a revista revisitou seus arquivos e admitiu a exclusão. Já em tempos recentes, a discussão sobre representatividade voltou à tona em 2024, quando Vinícius Júnior terminou derrotado apesar de ser um dos grandes favoritos, fato que gerou debates acalorados sobre critérios e visibilidade.
Outro episódio marcante ocorreu em 2022, quando o senegalês Sadio Mané esteve entre os principais candidatos, mas não levou a honraria. Esses casos mostram como, ao longo da história, poucos jogadores negros tiveram seu talento reconhecido pela premiação. Nesse contexto, a conquista de Dembélé não é apenas pessoal: ela também simboliza um avanço, ainda que tímido, diante de uma tradição marcada por exclusões e pela demora em reconhecer a pluralidade de protagonistas do futebol mundial.
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