21/12/2025
Fases que os fisioterapeutas angolanos almejam alcançar
Ao longo do meu percurso como fisioterapeuta em 2025, deu para perceber uma coisa sem rodeios: a maioria dos fisioterapeutas angolanos sonha com as mesmas fases.
Não é coincidência. É reflexo da nossa realidade profissional, social e económica.
Fase 1: Concluir o Ensino Superior e Começar a Ganhar Dinheiro
Em Angola, formar-se já é uma vitória.
Muitos passam dificuldades para pagar propinas, transporte e material.
Quando o diploma chega, a urgência é trabalhar e ajudar a família.
O problema começa quando a pressa de ganhar dinheiro substitui a preocupação em ganhar competência.
Fase 2: Ser Especialista
Aqui nasce a ideia de que, para ser respeitado, é preciso ter um título a mais.
Num mercado onde o fisioterapeuta ainda luta por espaço, a especialização aparece como escudo.
Mas ser especialista não é só fazer cursos.
É assumir mais responsabilidade clínica, estudar mais e errar menos.
Fase 3: Ser Reconhecido como Profissional de Excelência
O fisioterapeuta angolano ainda se sente pouco valorizado.
Quer ser ouvido, respeitado e chamado para decidir, não só para executar ordens.
O problema é quando se quer reconhecimento rápido, sem percurso sólido.
Em Angola, a fama chega fácil. A excelência não.
Fase 4: Ter Património e Estabilidade Financeira com a Fisioterapia
Ninguém quer passar a vida inteira a sobreviver.
O sonho é viver bem da profissão, ter casa, carro e segurança financeira.
Mas muitos esquecem que estabilidade não vem só da técnica.
Vem de saber gerir, posicionar-se e entender a fisioterapia como profissão e negócio ético.
Fase 5: Contribuir para o Desenvolvimento da Fisioterapia em Angola
Lutar por melhores condições, formar outros, defender a profissão e elevar o nível nacional.
Autor: Dr. André Imbi