07/11/2025
"Finta à reconciliação" - Ana Jenário
No "Pim Pam Pum" das suas prioridades, João Lourenço preteriu os da e preferiu fazer as pazes com Jonas Savimbi, Holden Roberto e José Eduardo dos Santos, com entrega de medalhas aos familiares dos falecidos. Afinal, compromisso é compromisso e com as condecorações ninguém se mete, pelo menos até ao dia 11 de Novembro.
Entretanto, na também importante e indispensável abertura do Congresso de Reconciliação Nacional, não vimos lá um só auxiliar para o representar, como ficou acordado com a CEAST e o próprio Presidente da República prometeu em comunicado.
A igreja que, numa certa altura se viu obrigada a adiar a data do certame para ver João Lourenço confessar os pecados, pedir perdão, perdoar os opositores e harmonizar-se com o país, foi "ignorada" e o Chefe do Executivo perdeu a oportunidade de "lavar as mãos" e mostrar que o problema de Angola em estar nos cuidados intensivos não tem nada a ver com o que alguns consideram "raiva antiga de sua excelência João Lourenço".
As razões porque João Lourenço optou por "fintar" os Padres, ficarão em segredo dos deuses, sem direito ao sacramento da penitência.
O que se sabe, é que com os da Igreja, o Chefe de Estado certamente discutiria os verdadeiros caminhos para a pacificação de Angola, pois, de nada serve assistir ao "Culto" sem que se mostre arrependimento. De nada adianta galardoar metade dos angonos, quando não se faz o mínimo esforço para " ouvir e comunicar melhor ".
A "finta" de João Lourenço revelou não apenas falta de interesse em reconciliar-se, mas a vontade em "manter a nossa raiva estável", como lamentou Albino Pakisi.
E no final, para o Presidente da República, resolver o problema do povo é o mais importante?
Por: Ana Jenário
https://holdonangola.com/2025/11/07/finta-a-reconciliacao-ana-jenario/