22/12/2025
Há anos que não pedem balanços, pedem silêncio! 2025, quase a despedir-se, é um deles. Para muitos, incluindo este que vos escreve, foi marcado por perdas pessoais irreparáveis . Uma Mãe é insubstituível e inesquecível. O vazio das referências afetivas é doloroso e a morte a pior de todas as ausências. Resta-nos a esperança vã de que o tempo resolve ou mitiga.
Como se isso não bastasse, o mundo pareceu conspirar para reforçar a sensação de uma exaustão coletiva. A guerra na Ucrânia prolongou-se sem solução à vista, normalizando a destruição no coração da Europa. No Médio-Oriente, a violência extrema continua a ceifar milhares de vidas inocentes, deixando um rasto de dor que dificilmente caberá em qualquer acordo político. No Sudão, um conflito quase esquecido continuou a produzir fome e deslocados. Parece que em breve teremos guerra até no Mar do Caribe…Ao mesmo tempo, 2025 foi marcado por eventos climáticos extremos (ondas de calor recorde, cheias devastadoras e incêndios) que “os donos disto tudo” continuam a tratar como exceções, mas que apenas confirmam um modelo de desenvolvimento esgotado.
A instabilidade política um pouco por todo o lado, a erosão da confiança nas instituições e a radicalização do discurso público completaram um cenário que nos faz regressar a um passado histórico de muito más memórias.
Ainda assim, mesmo nos anos mais duros, aprende-se. Aprende-se sobre a fragilidade, sobre o valor do tempo, sobre a urgência de cuidar dos outros e de nós próprios. E sobre o valor das pequenas coisas.
Terminar 2025 é, por isso, mais do que virar uma página: é um ato de sobrevivência emocional. Que 2026 chegue com menos ruído e mais propósito, com espaço para reconstruir, reconciliar e realizar. Que traga paz onde hoje há guerra, lucidez onde reina o ódio, e, sobretudo, a possibilidade de voltarmos a acreditar que o futuro pode ser melhor do que o passado recente. Não por ingenuidade, mas por necessidade!