26/04/2024
O Dia do Índio, 19 de abril, deveria ser de comemoração para a Aldeia Sapukai Guarani, no Bracuí, onde vivem centenas de indígenas, muitos deles crianças em idade escolar. No entanto, a data foi marcada por protestos devido à falta de aulas na escola da aldeia. A negligência do Estado resultou em quase cinco meses sem educação para oitenta crianças, deixando a comunidade em busca de respostas.
Em Angra dos Reis e Paraty, a Secretaria de Estado de Educação é responsável pela educação no primeiro segmento. Dez crianças foram para escolas municipais, mas não há professores capacitados para ensinar segundo a cultura guarani. Outros oitenta alunos da Aldeia Sapukai Guarani ainda aguardam aulas. Os indígenas protestaram no Dia do Índio e novamente em 22 de abril, pedindo providências.
O cacique Algemiro Karaí Mirim destacou que a aldeia tem seis professores prontos para lecionar, mas seus contratos não foram renovados pelo Estado. “Nunca ficamos tanto tempo sem aulas. Faço um apelo às autoridades para resolverem isso, ou não dá mais”, afirmou.
O professor Dirceu Karaí Mirim, com filhos em idade escolar, também expressou preocupação com a ausência de aulas e o impacto no aprendizado das crianças. “Estão paradas há muito tempo, o que as prejudica. Peço às autoridades que percebam que nossas crianças precisam estudar”, desabafou.
Pedro Neves, geólogo escolhido pela aldeia para mediar com o Estado, explicou que a responsabilidade pelo primeiro segmento é estadual para evitar conflitos de conteúdo educacional entre diferentes prefeituras. Ele ressalta que uma política estadual unificada é crucial para a educação indígena.
Até o momento da publicação, as crianças da Aldeia Sapukai Guarani ainda estavam sem acesso à educação, sem uma resposta clara do Estado. A comunidade aguarda uma solução para garantir que seus filhos tenham um futuro educativo digno e em sintonia com suas tradições.