18/09/2025
A vegetação de Búzios, muitas vezes confundida com terreno degradado pela aparência de arbustos retorcidos e árvores de pequeno porte, é na verdade resultado de um conjunto raro de fatores climáticos e geológicos. Com apenas 800 milímetros de chuva por ano — menos da metade do registrado na capital — e sob ventos constantes em 88% dos dias, o município abriga um ecossistema singular, em que a adaptação das espécies revela a resistência de uma flora moldada pela escassez.
Dar visibilidade e preservar esse patrimônio é a missão da arquiteta e paisagista, Heloísa Ribeiro Dantas, que há 20 anos coleta, registra e organiza dados sobre a vegetação local. O trabalho começou em 2005, durante seu mestrado, e se transformou em um acervo com cerca de 250 amostras de árvores, arbustos e trepadeiras, hoje reunido no Herbário de Búzios, aberto ao público no Viveiro Aretê.
Criado em 2020, o Viveiro Aretê ocupa 17 mil m² e multiplica 62 espécies nativas da Mata Atlântica. Além de fornecer mudas para o paisagismo do bairro planejado, o espaço atua na recuperação ambiental de áreas degradadas. Só em 2024 foram plantadas 4.600 mudas, distribuídas em 45 espécies.
O projeto incorpora práticas de sustentabilidade, como o uso de água de reuso em nível terciário para irrigação, iniciativa que garantiu ao Aretê o Prêmio Firjan Ambiental em 2021, na categoria “Água e Efluentes”.
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✍️ Victor P. Viana | 📸 Divulgação