
11/12/2024
Faz tempo que não me visito, que não olho para mim mesma. Não falo do reflexo no espelho, que nada diz além das aparências. Falo de outra coisa, mais funda, que exige olhar além do vidro.
Esses dias, numa massagem, me deparei em um raro momento de quietude. Comentei com a massagista: “Um ótimo momento para ir de encontro comigo mesma. É difícil termos esses momentos, não é?”
Ela sorriu, mas não respondeu. Talvez soubesse que essa viagem para dentro é solitária e que eu precisava dela.
Os dias, sempre iguais, passam num ritmo automático: treino, trabalho, leitura (quando possível), as mesmas refeições, mesma hora pra tudo, a mesma rotina.
Não reclamo. Eu gosto da rotina, ela me dá disciplina, me faz cumprir o que precisa ser feito.
Mas, às vezes, sinto que falta ar. Que o automático me sufoca. Só quero que essas vozes na minha cabeça se calem. Que tudo em mim sossegue, que eu possa me concentrar no silêncio.
É como se o “meu eu” estivesse me chamando.
E então, encontro co***lo ao me voltar para dentro, quando paro para ter esse diálogo interno.
Mas, muitas vezes, esqueço. Esqueço de chorar, de respirar fundo, de observar as pequenas coisas, de sentir a vida acontecendo.
Sinto que preciso fugir. Mas não é para as montanhas, nem para a praia. As pessoas procuram esses lugares buscando se preencher, se encontrar, mas será que encontram?
Porque esses lugares, por mais belos que sejam, não preenchem. Nenhum destino pode nos trazer conforto se o vazio está dentro. Preciso fugir, sim, mas para dentro de mim mesma.
E aí então, vem o alívio. Dentro de mim há um espaço vasto, talvez infinito. Sou um ser humano gigantesco repleto de respostas que já existem, esperando para serem ouvidas.
Aceite, respire, confie. Aceite, respire, confie.
Eu já devia ter aprendido. Mas aprender, como viver, não se dá de uma vez só. Venho aprendendo, passo a passo, erro a erro, como quem sobe uma escada que nunca termina.
Confio na minha intuição e conforme solto o que me prende , descubro a leveza de ser quem nasci para ser.
✨🧘🏻♀️