14/07/2025
Nos instantes finais da existência terrena, quando o corpo já se despede da matéria com fragilidade e dor, há um movimento silencioso, profundo e sagrado acontecendo na alma. Muitas vezes o sofrimento físico que se apresenta como um fardo é na verdade, a última oportunidade de libertação. Uma chance derradeira de purificação, de reequilíbrio, de cura espiritual. A doença, em seu aspecto mais espiritual, pode ser um processo de reajuste, um bálsamo oculto que lava culpas antigas, dissolve apegos e convida o espírito à entrega. É como se o corpo, em sua limitação, desse voz à alma para que esta diga: “eu aceito partir em paz”.
Allan Kardec nos ensinou que o sofrimento não é punição, mas aprendizado. E Chico Xavier, com sua sabedoria terna, dizia que “ninguém sofre sem razão”. Cada lágrima derramada no leito da despedida carrega o potencial de se tornar luz, se acolhida com fé e entendimento.
Não é fácil ver alguém que amamos passar pela dor. Mas quando compreendemos que há um sentido maior operando por trás daquilo que os olhos não alcançam, o coração encontra co***lo. O espírito, mesmo no silêncio da agonia, pode estar renascendo.
A matéria se desfaz. A alma, jamais. E toda dor enfrentada com resignação, fé e amor é um passo rumo à libertação que o espírito anseia.
A vida não termina, apenas muda de lugar. E toda cura verdadeira começa na alma.