27/11/2025
As palmeiras-talipot (Corypha umbraculifera), plantadas por Roberto Burle Marx há mais de 60 anos, floresceram pela primeira e única vez no Rio de Janeiro, criando um dos fenômenos botânicos mais raros do mundo.
Originária da Índia e do Sri Lanka, essa espécie só floresce uma vez na vida, geralmente entre 50 e 70 anos. E agora, no fim de novembro, os exemplares do Aterro do Flamengo e do Jardim Botânico decidiram entrar em cena ao mesmo tempo.
O resultado? Um espetáculo único: a maior inflorescência vegetal do planeta, com cinco pendões de 3,5 metros cada, capazes de gerar até 25 milhões de flores em um único ciclo. É o ápice da vida da talipot — e também o seu adeus.
Depois desse esforço gigantesco, começa o processo de senescência: a planta usa toda a energia acumulada ao longo de décadas, amarelece, perde folhas e morre. Mas sua história continua, já que cada indivíduo pode produzir até 20 milhões de frutos, todos com potencial para originar novas palmeiras.
Por segurança, já que algumas estão próximas a áreas de grande circulação, técnicos acompanham diariamente a evolução da espécie e irão realizar o corte controlado quando necessário.
A boa notícia: o Jardim Botânico já planeja produzir mudas para ampliar a presença dessa espécie monumental em praças e espaços públicos do Rio. Um legado direto de Burle Marx e um convite para observarmos mais de perto os ciclos extraordinários da natureza.
🌿 Uma vida inteira para florescer.
🌼 Um ano para se despedir.
🌱 Milhões de novas possibilidades após a morte.