20/11/2025
Predador: Terras Selvagens: Uma das experiências mais sólidas da franquia nos últimos anos - 🎬
Confesso que entrei para assistir Predador: Terras Selvagens com pouquíssima confiança. Minhas expectativas eram baixas, não por desgostar do rumo que franquia tem tomado, mas porque, mesmo achando Prey um filme interessante, nunca consegui ignorar suas incongruências, suas facilidades de roteiro e alguns furos evidentes. O mesmo vale para a animação Predador: Assassino de Assassinos: boas ideias, ótimas histórias, mas com alguns dos predadores mais ingênuos que a série já apresentou. E por que cito tudo isso? Simples: todas essas produções têm o mesmo responsável, Dan Trachtenberg que aqui volta a dirigir e roteirizar Terras Selvagens. Ele é um fã dedicado do universo Predator, isso f**a claro, mas até então suas abordagens não haviam me convencido por completo.
Surpreendentemente, Predador: Terras Selvagens é o projeto de Trachtenberg que mais me agradou. Ele repete alguns erros, é verdade, mas desta vez nada que realmente comprometa a experiência. O filme começa de maneira espetacular: sem exagero, este é talvez o melhor início e o melhor primeiro ato de toda a franquia. É frenético, bem filmado e finalmente entrega aquilo que muitos fãs sonhavam, ter o Predador como protagonista.
Quando surgiram as primeiras imagens de Dek, com seu visual peculiar, sendo mais baixo, com um estilo diferente de cabelo e pouca imponência corporal, muita gente torceu o nariz. Mas posso afirmar sem hesitar: Dek é um excelente Predador. Forte, motivado, dono de um estilo de combate marcante e, acima de tudo, carismático o bastante para fazer o público torcer por ele. Suas motivações são sólidas e dão ao personagem uma profundidade raramente explorada na franquia.
A verdade é que eu teria gostado ainda mais se o filme tivesse abraçado completamente a ideia de ser uma simples história de vingança, Dek cumprindo sua missão sozinho, sem parcerias. A sintética de Elle Fanning, embora não seja uma personagem ruim, opera em um tom acima do necessário. Em alguns momentos, ela suaviza demais a jornada de Dek, que estava funcionando de maneira brilhante por si só. Nada que estrague o filme, mas é um elemento que poderia ser mais contido, falando ainda de Ellen Fanning sua segunda personagem está ótima no filme, e olha, poderia até ter sido mais explorada. Já o pequeno “monstrinho” me tirou algumas risadas e, apesar de alguns dizerem que o filme ficou “Disney demais”, não vejo assim. É uma mudança de tom, sim, mas que faz sentido dentro da evolução de Dek.
O personagem entende que força e honra não signif**am nada se você não for leal a quem está ao seu lado. O clã importa, mas aqueles que realmente caminham ao seu lado importam ainda mais. Esse contraste f**a evidente quando conhecemos outros Predadores do filme, que vivem quase de forma mecânica, guiados apenas pelas regras do clã, sem demonstrar qualquer emoção. Já o irmão de Dek coloca a família acima de tudo, chegando a desafiar as ordens do próprio pai para proteger o irmão menor. Esses Predadores seguem o visual clássico da franquia, enquanto Dek, por ter nascido menor, compensa isso com agilidade, estratégia e inteligência, qualidades que o tornam um protagonista ainda mais envolvente.
O final do filme é um tanto apressado e “bonzinho”, mas coerente com a transformação emocional de Dek. Trachtenberg ainda peca pelo exagero aqui e ali, como já fez em seus outros trabalhos, mas a história é tão envolvente que esses deslizes acabam f**ando em segundo plano.
Dizer que Terras Selvagens é “o melhor desde o original” talvez seja exagero ou talvez não. O tempo e o impacto entre os fãs dirão. O que posso afirmar com certeza é: o filme é bom. Não compromete a franquia, não desrespeita o legado do Predador e, na minha opinião, é superior a Prey. É uma recomendação fácil. E, principalmente, é um sinal claro de que Dan Trachtenberg está cada vez mais próximo de encontrar o equilíbrio perfeito e quem sabe com isso, acabar entregando o “filme definitivo” do Predador, tendo ele como protagonista.
Que Dek volte. Ele merece mais histórias e nós também.