
26/09/2025
Pouca gente lembra de O Homem-Cobra (1973), dirigido por Bernard L. Kowalski, mas quem viveu a época do SBT nos anos 90 e 2000 provavelmente já esbarrou nesse “clássico trash”. A trama é simples, quase ingênua: um especialista em cobras, obcecado por seus experimentos, decide transformar um ser humano em réptil. O alvo? Seu novo assistente, que vai recebendo misteriosas injeções de um soro “imunizador” até a transformação começar.
Se a gente parar pra analisar friamente, o filme não tem nada de brilhante. A maquiagem é bem duvidosa, o elenco entrega atuações no máximo medianas e a direção deixa a desejar em vários momentos. Ainda assim, existe um charme nessa mistura de horror e absurdo que acaba prendendo a atenção do começo ao fim, mesmo que seja mais pela curiosidade de ver até onde aquilo vai do que pela qualidade em si.
No Brasil, o longa se transformou em um verdadeiro fenômeno cult graças ao Silvio Santos, que adorava reprisá-lo nas noites do SBT. Era só anunciar “O Homem-Cobra” que muita gente parava para assistir. Virou quase um ritual: você sabia que era tosco, mas não conseguia trocar de canal.
Eu mesmo não perdia quando passava. O filme tem falhas, muitas, mas conquistou o público brasileiro justamente por isso. Acabou entrando para a memória afetiva de quem cresceu naquela época. Silvio Santos, mais uma vez, mostrou que até produções consideradas ruins, com a dose certa de repetição e marketing, podem virar sucesso e ganhar espaço no coração da audiência.