28/07/2025
𝗤𝗨𝗘𝗗𝗔 𝗗𝗔 𝗣𝗢𝗡𝗧𝗘 𝗘𝗠 𝗘𝗦𝗧𝗥𝗘𝗜𝗧𝗢 𝗘𝗠 𝗤𝗨𝗘 𝗟𝗘𝗩𝗢𝗨 𝗔 𝗢𝗕𝗜𝗧𝗢 𝗢 𝗘𝗫 𝗩𝗘𝗥𝗘𝗔𝗗𝗢𝗥 𝗔𝗜𝗟𝗦𝗢𝗡 𝗖𝗔𝗥𝗡𝗘𝗜𝗥𝗢 𝗘 𝗦𝗨𝗔 𝗘𝗦𝗣𝗢𝗦𝗔 𝗙𝗢𝗜 𝗨𝗠𝗔 𝗧𝗥𝗔𝗚𝗘́𝗗𝗜𝗔 𝗔𝗡𝗨𝗡𝗖𝗜𝗔𝗗𝗔.
Fantástico exibe laudo da PF, que aponta omissão como principal causa da queda de ponte.
Programa da Rede Globo destacou laudo final da Polícia Federal e conclusão é clara: houve omissão por parte de autoridades - 17 pessoas morreram.
Mais de sete meses após a tragédia que matou 14 pessoas e deixou outras três desaparecidas no Rio Tocantins, a Polícia Federal concluiu o laudo pericial sobre a queda da ponte Juscelino Kubitschek, que ligava os municípios de Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO). O relatório revela que o colapso da estrutura foi provocado por deformações no vão central, causadas pelo excesso de peso de veículos que transitavam sobre a ponte.
A investigação da PF durou mais de sete meses e utilizou tecnologias como drones, scanners a laser e modelagem 3D para reconstruir o cenário do acidente. Segundo o perito criminal federal Bruno Salgado Lima, o colapso ocorreu em poucos segundos. “No momento em que esse vão central foi cedendo, isso causou um esforço lateral na ponte, que causou aquela rachadura que a gente vê na filmagem”, explicou.
A última grande intervenção na ponte ocorreu entre 1998 e 2000. Segundo os peritos, um reforço lateral foi instalado e uma nova camada de asfalto foi aplicada, substituindo o concreto original. Essa mudança pode ter comprometido a integridade da ponte. "Esse reforço foi arrancado do concreto como se fosse fita crepe”, descreveu o perito Laércio de Oliveira Silva Filho.
Em 2024, uma tentativa de licitação foi feita para recuperação da ponte, mas fracassou. O desabamento ocorreu antes que uma nova contratação fosse concluída.
Com base no laudo, a Polícia Federal agora pretende ouvir os responsáveis pelo planejamento de manutenção da ponte. “Queremos entender por que o reparo não foi feito e por que o fluxo na ponte não foi interrompido”, afirmou o delegado Allan Reis de Almeida. Para ele, há indícios claros de crime. “Houve uma omissão por parte de agentes públicos quanto à manutenção da obra. Não posso falar que esse desastre foi um caso fortuito. Ele foi anunciado, era de conhecimento, e era plausível que poderia acontecer.”
O DNIT informou que os trabalhos da comissão técnica que apura os fatos foram finalizados e encaminhados à corregedoria do órgão. O Ministério dos Transportes, por sua vez, informou que o superintendente regional do DNIT no Tocantins, Renan Bezerra de Melo Pereira, foi exonerado em abril. Em nota, ele disse que exerceu o cargo com zelo e responsabilidade por apenas um ano e cinco meses, que aguarda os laudos técnicos e nega responsabilidade pela tragédia.
𝗣𝗮𝗿𝗮𝗲𝗻𝘀𝗲𝘀 𝗲𝗻𝘁𝗿𝗲 𝗮𝘀 𝘃𝗶́𝘁𝗶𝗺𝗮𝘀
No dia 22 de dezembro, o vereador de Novo Repartimento, Ailson Carneiro, e sua esposa Elisângela Chagas, seguiam em direção a Palmas no Tocantins. O último contato com a família foi às 14h47, com uma mensagem: "Estamos em Estreito". Poucos minutos depois, passaram no vão central da ponte no exato momento em que ela cedeu.
Os corpos do casal foram encontrados somente dias depois. O enterro aconteceu no dia 29 de dezembro, em uma cerimônia dramática na cidade de Itinga do Maranhão.
De Tucuruí - Jairo Rodrigues era marido de Cássia Tavares e pai de Cecília, de apenas três anos. A família também passava pelo local no momento em que a ponte cedeu. Jairo foi arremessado para fora do carro na hora da tragédia, mas sua esposa e filha permaneceram no veículo, que foi engolido pelas águas. Seus corpos também foram encontrados dias depois a muitos metros de profundidade.
Para o diretor técnico-científico da PF, Roberto Reis Monteiro Neto, o caso serve de alerta para autoridades. “Se eu tenho uma manutenção adequada, no tempo certo, e reavaliações periódicas da carga suportada pelas pontes, talvez a gente consiga evitar que isso aconteça novamente.”
Fonte: Gazeta Carajás