25/06/2025
digitais controlados por potências ocidentais e corporações multinacionais revela uma nova face do colonialismo: a dominação por algoritmos, infraestrutura de dados e inteligência artificial. Plataformas como Google, Meta e Amazon ditam não apenas o fluxo de informações, mas também padrões econômicos e culturais, enquanto nações periféricas ficam reféns de softwares proprietários, vigilância massiva e termos de uso abusivos.
A pergunta urgente é: como romper esse ciclo se até mesmo os satélites que monitoram territórios nacionais e os sistemas bancários dependem de tecnologia estrangeira? Países como China e Rússia já constroem alternativas, mas a maioria do Sul Global ainda paga o preço da exclusão digital — agora disfarçada de "modernidade".
Algumas nações começam a reagir. O Brasil discute a criação de uma nuvem soberana, a Índia desenvolve seu próprio sistema de pagamentos digitais (UPI), e o bloco BRICS estuda moedas digitais para fugir do dólar.
Porém, os desafios são enormes: de um lado, a falta de investimento em semicondutores e a fuga de cérebros; de outro, a pressão geopolítica de EUA e UE, que usam acordos como o Chip Act para manter o controle da cadeia tecnológica.
A verdadeira independência digital exigirá não apenas infraestrutura, mas uma mudança radical na educação e na governança — onde dados sejam tratados como recurso estratégico, não como moeda de troca para multinacionais. O Sul Global conseguirá virar esse jogo, ou continuará sendo um mero consumidor — e vítima — da próxima revolução industrial?
Para ajudar, a responder a todas essas questões, a diretora de jornalismo da Diálogos do Sul Global Vanessa Martina-Silva conversa com Isabela Rocha é Presidente e Fundadora do Fórum para Tecnologia Estratégia dos BRICS+, uma ONG global dedicada à Defesa Cognitiva e à Soberania de Dados no Sul Global e entre as nações BRICS+. É pesquisadora, Mestre e doutoranda no Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília (IPOL UnB), onde coordena o Grupo de Trabalho em Estratégia, Dados e Soberania no âmbito do Grupo de Estudos e Pesquisas em Segurança Internacional do Instituto de Relações Internacionais (GEPSI IREL UnB). Seu trabalho integra inovações de ponta em Análise Topológica de Dados (TDA) e Inteligência Artificial (IA) com pesquisa estratégica sobre Ecossistemas Digitais, Opinião Pública e Governança Tecnológica, com ênfase na promoção do Multilateralismo. Convidada a diversos fóruns internacionais, como os Congressos Mundiais de Ciência Política da Associação Internacional de Ciência Política (IPSA), onde atua como membro do conselho, coordenadora de painel e debatedora, Isabela Rocha está na linha de frente da pesquisa, formulação de políticas e integração do setor privado com os governos locais ao liderar iniciativas em Soberania Digital e Resiliência Cognitiva, conectando Métodos Computacionais Avançados à tomada de decisão estratégica rumo a um mundo verdadeiramente Multipolar.
Você acompanha esse papo no Sul Globalizando com Vanessa Martina-Silva nesta quarta-feira (25), às 17h, na TV Diálogos do Sul Global.