29/07/2025
Uma análise baseada em meio milhão de publicações nas redes sociais revelou uma tendência clara entre os jovens brasileiros: abandonar a esquerda conforme envelhecem. A pesquisa monitorou a opinião de pessoas entre 16 e 30 anos, utilizando plataformas como X, YouTube, Threads, Instagram e Facebook, em 145 cidades do Brasil. Os dados indicam que, ao amadurecerem, os jovens deixam o ativismo ideológico e passam a valorizar trabalho, família e objetivos pessoais.
A esquerda tem maior aceitação entre adolescentes de 16 a 18 anos, com 44,5% declarando afinidade com o espectro progressista. Porém, essa força começa a derreter rapidamente: entre os jovens de 19 a 24 anos, o apoio à esquerda cai para 33,7%, e despenca ainda mais na faixa de 25 a 30 anos, ficando em 18,9%. O motivo é claro: a realidade da vida adulta desmonta o romantismo revolucionário da juventude.
Em contrapartida, a direita apresenta estabilidade, com 21,8% de apoio entre 19 e 24 anos e 17,6% entre os de 25 a 30 anos. Apesar de não crescer de forma explosiva, a direita mantém presença firme entre aqueles que começam a encarar o peso da responsabilidade. O levantamento destaca que a maturidade política cresce quando surgem boletos, filhos e jornada de trabalho, e a esquerda perde espaço para quem prefere meritocracia à utopia.
A pesquisa, intitulada “O que pensam os jovens brasileiros”, foi encomendada pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP) e conduzida pela AP Exata, com base em ferramentas como a plataforma Horus e análises netnográficas realizadas até mesmo via Discord. A metodologia avaliou dados reais e espontâneos de comportamento digital, o que dá mais credibilidade ao diagnóstico social traçado.
O estudo confirma o que muitos já sabiam: a juventude iludida pela militância acorda quando entra no mundo real. O discurso da igualdade utópica e da dependência estatal perde força diante da necessidade de empreender, trabalhar e proteger sua família. A migração política natural reflete o amadurecimento de quem deixa de sonhar com revoluções e passa a lutar por estabilidade e liberdade.