29/12/2024
Simonal nos 70 anos da TV
Nas celebraçoes dos 70 anos da TV brasileira, esta é uma das tantas historias que vi …O 18o capitulo do livro “Um Instante, Maestro!” onde relato a trajetória do apresentador Flávio Cavalcanti, dediquei a Wilson Simonal..
A música foi um dos elementos de maior importância nos programas que Flávio Cavalcanti criou e apresentou ao longo da vida. Em 1970, na Tupi, três dos artistas de maior sucesso na época eram seus contratados com exclusividade.
Um deles era Wilson Simonal. Hoje é impossível encontrar um artista que tenha tido tanto sucesso e prestígio quanto Simonal no final dos anos 60, início de 70. Ele não era sertanejo, tampouco brega ou MPB. Criara um estilo, um movimento, uma marca que vendia milhares de discos, faturava alto com os shows que fazia no Brasil e exterior. Apresentava programas de televisão, era capa de revistas e chegara a lançar um bonequinho de pano, o Mug, que virou mania nacional.
Super afinado, com muito balanço e um repertório popular onde interpretava as canções mais simples de forma sofisticada, Simonal além de tudo era o rei da simpatia. Vestia-se com a maior elegância, era recebido nas festas mais fechadas da sociedade e tinha um Mercedes Benz branco, novinho em folha. As críticas que lhe eram feitas traziam sempre um ponto de inveja e preconceito: ele era um negro bem-sucedido. Voou mais alto do que o melhor sonho que um garoto pobre pode ter ao se tomar cantor. Filho de dona Maria, uma empregada doméstica semialfabetizada, começou, como muitos cantores, em um programa de calouros, o de Ary Barroso, aos dezessete anos. Sua apresentação mereceu um raro elogio do exigente compositor. Aos dezoito foi servir ao Exército, no 89º Grupo de Artilharia de Costa Motorizada, no Leblon, e lá surgiu a oportunidade de mostrar seus dotes vocais ao fazer um show de improviso, onde imitava Agostinho dos Santos e Harry Belafonte, cantores negros como ele. Dois anos depois, ao deixar o Exército, entrou para um conjunto de rock liderado por Sérgio Riff. O grupo se reunia na casa de Riff, no Leblon, e uma noite Carlos Imperial foi lá ouvir os novatos.
Imperial tinha dois programas de televisão: “Os Brotos Comandam”, na