27/11/2025
Jamais escreverei romances, poesias, teses e antíteses jurídicas.
Optei pela memorialística bem-humorada.
O acerto dessa opção restou comprovado pelo rápido esgotamento da primeira versão de “Por Debaixo da Toga” – em que agora reincido, com o adendo de que não se trata apenas de humor judiciário.
Além de judiciário, é antilitúrgico: não se refere à liturgia eclesiástica, mas à tal de “liturgia do cargo”, que costuma rimar com hipocrisia e mais se assemelha à miragem da “teoria das aparências”, que sempre enganam – e como!
Esperamos encerrar, com este e o próximo volumes, a fase irreverente de nossa evocação, que partirá, doravante, para o relato das relembranças da terra natal e dos acertos e desacertos da trajetória profissional de um servidor – serviçal do Dever Judiciário, que não ousa competir com os plutocratas, verdadeiros detentores de nosso pretenso e inatingível PODER: as bancadas da bala, da bola, dos bancos e multinacionais, das vitalícias serventias extrajudiciais, do agro e do ogro negócios, além dos adoradores do Bezerro de Ouro e da multiplicação dos dízimos (que já viraram vintena) – não a dos pães e peixes do cristiano milagre.
Roney Oliveira