07/10/2025
A emocionante história de avó e neta que construíram uma casa graças à Oktoberfest Blumenau
Adiles Chrzan e a neta Allana Von Plehwe, fiéis companheiras que tornaram um acessório da Oktober fonte de renda e para realização de sonhos.
Dona Adiles Chrzan mostra orgulhosa a casa nova. Agora, no auge de seus 72 anos, finalmente tem um quarto com banheiro. É uma pequena comodidade conquistada com muito esforço. Ela e a neta Allana Von Plehwe, fiel companheira desde a infância, trabalharam bastante ao longo dos últimos para conseguir tirar o sonho do papel. As duas encontraram nas polainas, tradicionalmente usadas com os trajes típicos da Oktoberfest Blumenau, uma forma de conseguir um dinheiro a mais.
Adiles, que esbanja vitalidade e simpatia, ganhou a vida trabalhando na indústria têxtil, mas tinha no hobby de fazer crochê e tricô uma fonte de renda extra. Vendia de blusas a cachecóis feitos manualmente por ela nas feiras de artesanato, com a neta no colo. Allana cresceu, a avó se aposentou, e a casa de madeira onde as duas moravam praticamente ruiu. Em 2015, a solução foi deixar o imóvel, no terreno próprio no bairro Itoupava Norte, e ir pagar aluguel ali pertinho.
Até que um dia, dona Adiles recebeu um pedido diferente, de alguém que ela nem conhecia.
— Uma mulher soube que eu fazia crochê e veio aqui com uma polaina. Perguntou se eu conseguia fazer igual. Eu fiz para ela e para mim — relembra a idosa.
Embora sempre fosse presença confirmada na Oktoberfest de Blumenau, a avó nunca tinha observado com muita atenção as polainas. Mas a partir daquela encomenda, a divulgação boca a boca do trabalho dela não parou mais. É assim há pouco mais de uma década. E tudo ganhou outros contornos quando as lojas começaram a fazer pedidos e o acessório passou a ganhar espaço na renda da família, que estava fazendo as economias para um dia construir a casa nova.
— Hoje a gente faz polainas para umas 10 lojas e até para grupos que desfilam — conta a artesã.
Polainas viraram carro-chefe da família
Allana, de 21 anos, tinha apenas 12 quando começou a fazer polainas. Ela conta que com o passar do tempo a venda do acessório se tornou a principal fonte da renda da avó. Agora, a jovem trabalha fora, mas ajuda sempre que está em casa. Aliás, é a responsável pelas polainas masculinas. A avó garante que a neta consegue fazer com mais velocidade. Ou seja, produz mais peças em menos tempo. Inclusive, depois de muitos anos, passaram a usar uma máquina com motor. Até então era tudo na força do braço.
Com as boas vendas, a família conseguiu reunir o dinheiro necessário para a casa nova, erguida no terreno da antiga residência de madeira. Deu trabalho e muita dor de cabeça até a obra ficar pronta, mas há três meses a mudança finalmente aconteceu. E nesse lar as polainas têm lugar especial: um cômodo só para a máquina e linhas de dona Adiles. Ainda assim, por onde quer que ande na casa, lá estão elas. Há umas separadas na sala, outras na cozinha. Tudo pronto para mais uma Oktoberfest Blumenau.
A avó revela que sempre amou a festa e com as polainas encontrou outra forma dela ver o evento, literalmente, seja dentro dos pavilhões ou nos desfiles:
— Eu fico falando: “Olha lá, amor, a minha polaina”. É especial para a gente. — confessa orgulhosa sobre quando percebe alguém com as peças dela.
Com o cantinho de trabalho organizado, as duas já estão planejando criar uma vitrine na casa nova para expor os modelos de polaina, quem sabe atrair ainda mais clientes e garantir os últimos retoques na casa nova. A organização da Oktoberfest Blumenau estima que a festa tenha um impacto de meio milhão de reais na economia de Santa Catarina, considerando não apenas o que movimenta dentro dos pavilhões, mas também indiretamente, como dona Adiles.
— Vamos seguir com as polainas, cada vez mais — garante a artesã.
As regras do traje típico da Oktoberfest Blumenau
Quem vai trajado tipicamente paga meia-entrada para entrar na Oktoberfest Blumenau. Mas para ter direito a esse benefício, os foliões têm de se adaptar a algumas regras, estabelecidas em uma portaria municipal de 2020. Afinal de contas, precisa usar chapéu ou lenço? Tiara é obrigatória para as mulheres? Meião de futebol pode, ou precisa ser algum específico? A gente explica.
FONTE: NSC TOTAL BLUMENAU POR: TALITA CATIE FOTO; Patrick Rodrigues, NSC