09/10/2025
📫 A semente lançada pela minha filha
Inscrevi-me na Escola de Comunidade e paguei o Fundo Comum depois de anos sem o fazer. Há algum tempo que não vivo intensamente a vida e as propostas do Movimento, devido ao turbilhão de coisas que me rodeiam, sobretudo o trabalho, e um pouco por preguiça. Mas este ano algo mudou. Há alguns meses, fui pai pela terceira vez. A Carlotta foi diagnosticada com síndrome de Down antes do seu nascimento, e não posso negar que foi um golpe para nós. Surgiram muitas questões práticas, pensando no futuro dos outros dois filhos: como vamos cuidar dela e, quando morrermos, quem é que vai cuidar dela? Todas estas preocupações não desaparecem, mas a única coisa que nos acompanhou durante a gravidez foi o fato de sabermos que não estávamos sozinhos e eu senti isso fisicamente. Senti-me acompanhado através dos rostos de amigos próximos nas visitas antes do parto. Pedimos a todos que rezassem por nós, que o milagre acontecesse, mas não o milagre que o diagnóstico fosse um erro: o que eu estava pedindo era o milagre em mim, que eu pudesse me converter continuamente ao fato de que é um Outro faz tudo, eu sou apenas Seu instrumento. Agora Carlotta nasceu e posso dizer que sinto que ela não é apenas minha, mas filha de todos. Deus, por meio dela, plantou uma semente que começou a germinar em mim e em minha família e em todas as pessoas que conhecemos e que encontramos durante a gravidez. É comovente ver o que seu nascimento está gerando. Ainda há preocupações, especialmente com a saúde dela, embora o bom Deus já tenha intervindo, que algumas das suspeitas da gravidez não se concretizaram, e estamos à espera de que ela cresça. Mas não estou sozinho, sou acompanhado primeiramente por minha esposa e meus filhos e depois por todos os amigos da comunidade, que são todos como tios para a Carlotta.
Nicola, Cassino (Itália)
📌 Edição de março/abril de 2025
📷 © Hanna Balan/Unsplash