09/10/2025
Conhecimento como Pecado: O Poder Oculto no Tarot.
Alguns dogmas religiosos, tanto na Idade Média quanto, pasmem, ainda no século XXI, classificam a busca pelo conhecimento como algo maligno, advindo do Tinhoso, o Cão, El Diavolo, o capiroto. No fundo, porém, a sabedoria plena dos mistérios esotéricos e exotéricos sempre foi mantida restrita a um pequeno grupo de escolhidos. Igrejas, ordens e instituições selecionavam indivíduos da elite local, enquanto o povo recebia apenas fagulhas, migalhas de um saber controlado para sustentar o status quo. Essa prática de domesticação remonta aos primórdios da civilização, quando o gênero humano começou a ser segregado.
Entre os mistérios mais criticados está o Tarot. Meus caros, que acompanham esses conteúdos, vos digo: ele surge entre os séculos XIV e XV, no efervescente Renascimento italiano. O que começou como um jogo de cartas para famílias nobres se espalhou ao ser atribuído poderes divinatorios. A Igreja o condenava, e ainda condena, embora permita profecias de pastores, algo que a própria Bíblia reprova. Hipocrisia pura.
Ao longo dos séculos, surgem diversos modelos de Tarot: o de Marselha, o Egípcio, o Xamânico, o Cigano, o de Thoth, com nomes sagrados em hebraico. Cada um é uma chave diferente para o mesmo portão. O Tarot convencional tem 56 cartas dos Arcanos Menores e 22 dos Maiores, um mapa iniciático, uma linguagem simbólica.
Um magista célebre, versado nas práticas do Heka, a magia egípcia que também pratico, Aleister Crowley canalizou o Tarot de Thoth, inspirado nas correntes herméticas e no simbolismo egípcio. Aqui, um cuidado: obras canalizadas pertencem às ciências do espírito, carregam poder simbólico, mas nem tudo é verificável. Assim é a Tábua de Esmeralda, atribuída a Hermes Trismegisto ou Thoth, texto na fronteira entre filosofia e mito, classificado hoje entre as obras do pensamento New Age.
Djehuty, ou Tehuti, nome egípcio difícil de pronunciar, é mundialmente conhecido como Thoth. Alguns textos o descrevem como um rei da mítica Atlântida, ser de outra dimensão que, após sua queda, fundou um ciclo de sabedoria no Egito. Na tradição egípcia, Thoth é o deus que cria o alfabeto, transmite as palavras de poder de Rá, patrono dos escribas, guardião da linguagem divina.
O Tarot não é ilusão de circo, mas abstração para manipular elementos que alteram a realidade, como uma matemática pitagórica: a ordem dos fatores altera o produto. A "arte divinatória" que ilude tantos não prevê um futuro fixo. O futuro não existe: é mutável, moldado por cada escolha, gesto, palavra, silêncio. Passado já foi. Tudo o que temos é o presente, e nele reside o poder de transformação.
Entendem por que o autoconhecimento é o verdadeiro pecado para quem controla o sistema? É poder demais nas mãos das pessoas. Para moldar o futuro, tenha percepção real de quem você é, onde está e o que faz agora.
E você, acredita em um futuro pré-escrito ou que cada escolha no presente o constrói? Deixe sua visão nos comentários.
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