
09/09/2025
O corte que eleva: a arte de dizer não para dizer sim à grandeza. A frase de John Carmack — “Ter foco é uma questão de decidir o que não fazer” — é uma lâmina filosófica. Ela corta com precisão a névoa que envolve muitas vidas: a ilusão de que mais ação equivale a mais realização. No fundo, a vida de quem verdadeiramente sobe em direção ao alto não se constrói com o que se adiciona, mas com o que se elimina.
Vivemos em uma era de excesso. Excesso de informação, de opiniões, de possibilidades, de ruídos. E nesse mar de estímulos, o líder, o criador, o buscador — qualquer um que deseje viver com propósito — precisa tornar-se um escultor: aquele que molda o essencial subtraindo o supérfluo. Assim como Michelangelo dizia que a escultura já existia dentro do mármore e seu trabalho era apenas retirar o que era desnecessário, o foco exige esse mesmo gesto ousado de renúncia.
Foco, portanto, não é só uma capacidade de concentração, mas uma decisão ética. É uma escolha estratégica e moral: o que não vale mais minha energia, meu tempo, minha lealdade? Onde estou sendo arrastado para longe de mim mesmo? Qual parte da minha agenda é uma traição ao meu propósito? Quando alguém diz “sim” a tudo, sua alma vai se diluindo em obrigações que não edificam, em relacionamentos que sugam, em tarefas que distraem. Leia mais: www.61brasilia.com (link na bio ) &apareça