19/07/2025
Brasil depende de GPS estrangeiro e pode ficar vulnerável em caso de bloqueio
Apesar de ser um dos maiores países do mundo em extensão territorial, o Brasil não possui um sistema próprio de navegação por satélite. Na prática, isso significa que a localização via GPS, amplamente usada por celulares, carros, aviões e navios, depende de um sinal controlado por outros países — principalmente pelos Estados Unidos, responsáveis pelo Global Positioning System (GPS).
Criado e operado pelo Departamento de Defesa dos EUA, o GPS oferece sinal gratuito e global para uso civil. No entanto, o governo norte-americano mantém a possibilidade de restringir ou degradar o serviço em regiões específicas por razões de segurança nacional ou conflitos geopolíticos.
Para reduzir essa dependência, outros países também desenvolveram seus próprios sistemas de posicionamento, como o GLONASS (Rússia), Galileo (União Europeia) e BeiDou (China). Hoje, a maioria dos dispositivos modernos já é compatível com múltiplos sistemas, o que garante mais precisão e segurança mesmo que um dos sinais seja interrompido.
Segundo a Agência Espacial Brasileira (AEB), apesar de não ter uma constelação própria de navegação, o Brasil utiliza tecnologias multiconstelação e estuda políticas de integração com outros sistemas globais para garantir maior autonomia em setores estratégicos.
Ainda assim, especialistas alertam que a falta de um sistema nacional torna o país dependente de decisões externas. Em caso de tensões diplomáticas ou conflitos, a restrição do sinal poderia afetar desde operações militares até atividades civis cotidianas, como transporte, agricultura de precisão e telecomunicações.
> “O GPS é um sistema de navegação operado pelos EUA, com acesso civil global, mas o controle é militar”, explica o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) em publicação oficial.
Enquanto países como China e União Europeia investem em constelações próprias para garantir independência tecnológica, o Brasil ainda discute caminhos para avançar nessa área. Por ora, a alternativa é ampliar acordos de cooperação internacional e incentivar o uso de receptores compatíveis com múltiplos sistemas, evitando um possível “apagão” de localização.