22/07/2025
Ex-vereadora Gladys Nunes denuncia supostos desvios e desperdício de recursos públicos em Búzios
A ex-vereadora de Armação dos Búzios, Gladys Nunes, voltou aos holofotes nesta semana ao divulgar um vídeo nas redes sociais com duras críticas à atual gestão municipal. Em tom indignado, Gladys denuncia o que classificou como “sacanagem com dinheiro público”, apontando supostas irregularidades em compras de materiais escolares, aluguéis de equipamentos e pedaladas fiscais por parte da Prefeitura.
Segundo ela, uma das principais denúncias diz respeito à aquisição de mais de 14 mil mochilas e agendas escolares para um município com menos de 10 mil estudantes matriculados. O contrato, firmado com a empresa Sejom Comércio e Serviços Ltda, ultrapassaria R$ 3,6 milhões, dos quais R$ 321 mil teriam sido pagos recentemente, apesar do processo ter sido cancelado em 2024. “Foram compradas 14.560 mochilas e 14.560 agendas. Cada agenda teria custado cerca de R\$ 40. Isso dá um total de mais de R$ 326 mil só em agendas”, apontou.
Ela ainda questiona:
“Você, pai, recebeu essas agendas? Essas mochilas chegaram à mão dos alunos? Cadê o material escolar comprado com quase R$ 4 milhões?”
Em apoio à sua fala, a ex-vereadora exibiu um vídeo feito pelo vereador Raphael Braga, onde, segundo ela, materiais estariam “se deteriorando dentro de contêineres”. “O vereador mostra o que o prefeito esconde. Tem material apodrecendo enquanto falta o básico nas salas de aula”, reforçou.
Gladys também levantou suspeitas sobre a legalidade do contrato com a Sejom, alegando que a empresa não possui registro de CNAE apropriado (o chamado Senai) para venda de material escolar, o que poderia configurar impedimento legal para firmar tal contrato.
Além da questão dos materiais escolares, a ex-vereadora denunciou um contrato de quase R$ 18 milhões com uma cooperativa de transporte de Minas Gerais, que teria sido beneficiada em detrimento de caminhoneiros locais com décadas de prestação de serviços à Prefeitura. Ela afirma que os trabalhadores terceirizados estariam sendo pagos de forma irregular, com depósitos feitos através do CNPJ de um pequeno mercado localizado em Niterói.
Outra acusação de peso é sobre supostas pedaladas fiscais, com o cancelamento de empenhos no ano de 2023 para “maquiar as contas públicas”, segundo ela. “Só em 2024 já foram pagos R$ 52 milhões de despesas de anos anteriores. Isso é ilegal e precisa ser investigado”, afirmou.
Gladys ainda fez críticas à atuação do Legislativo municipal, afirmando que a Câmara de Vereadores está “cega, surda e muda”.
“Não vejo resposta da Câmara. Os vereadores se calaram. E quem tenta fiscalizar é barrado”, desabafou.
A ex-parlamentar afirmou que já encaminhou denúncias ao Ministério Público, à Procuradoria-Geral do Estado do Rio de Janeiro, e que está em fase final da elaboração de uma ação popular para tentar responsabilizar os envolvidos.
Por fim, ela convocou a população a se mobilizar:
“É dinheiro que poderia estar sendo usado para saúde, segurança, valorização dos professores, e está sendo desperdiçado. Precisamos ficar de olho em cada centavo”.
A Prefeitura de Búzios ainda não se manifestou oficialmente sobre as denúncias.