06/08/2025
📌 Na obra da artista , nascida em Sta. Cruz do Rio Pardo, os alimentos vendidos nas feiras livres refletem sua experiência como artista-freguesa, que ao caminhar por entre os corredores da feira livre, descobre que elas, enquanto fenômeno cultural, já são uma forma de imagens-pintura. Assim, ao tomar as feiras como ateliê, a artista notou que as figuras não ocupam um lugar de maior relevância nas representações, pois cada elemento em conjunto, contribui para a elaboração do espaço e revela, principalmente, seus sentidos.
📝 Pintora e doutoranda em Artes Visuais na UNICAMP, Mayara Nardo é fascinada por cores. Com uma abordagem crítica à modernidade, ela vê a técnica como uma maneira de conhecer o mundo e a si mesma, permitindo, através dessa experiência cogno-sensível, reelaborar outros modos de viver. Oito anos vivendo na capital paulista, onde as feiras livres a reconectaram com sua cultura natal, unindo a cidade ao campo, essa foi uma temática que influenciou suas obras e motivou sua dissertação teórico-prática “Pinturas Livres” (2023).
🎧 No episódio #199 “Comida ancestral: a alma da cultura brasileira”, Mayara nos presenteou com uma de suas pinturas. Assim como as suas ilustrações, que não ignoram a relevância das feiras como espaços de resistência, segurança e soberania alimentar, neste episódio também procuramos evocar a cozinha como espaço de encontro e resistência.
🖌 A arte da Mayara nos lembra que as cores podem sinalizar o combate à urbanização, pois são pequenas ilhas coloridas que confrontam a escala de cinzas das metrópoles.