25/07/2025
Neste 25 de julho, celebramos com orgulho e reverência o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha — uma data que carrega a força ancestral de resistência, identidade e transformação. É um momento para lembrar que as mulheres negras são alicerces vivos da história, da cultura e da luta por justiça social em toda a nossa região.
Tereza de Benguela é um dos maiores símbolos dessa resistência. Líder do Quilombo do Quariterê no século XVIII, no atual estado do Mato Grosso, Tereza enfrentou a opressão com astúcia, coragem e sabedoria. Sob sua liderança, o quilombo prosperou como espaço de liberdade e autogestão, desafiando o sistema escravocrata com organização política, defesa armada e comércio próprio. Tereza não foi apenas uma guerreira — foi uma estrategista, uma rainha que soube construir esperança mesmo sob as sombras da violência colonial.
Séculos depois, outra mulher negra, com voz de trovão e alma de vulcão, rompia o silêncio e as margens impostas: Elza Soares. Nascida no subúrbio do Rio de Janeiro, Elza fez da dor matéria-prima para a arte e da arte, instrumento de denúncia. Cantou sobre a fome, o racismo, a desigualdade e o amor com uma potência que atravessou gerações. Sua vida foi marcada por perdas e preconceitos, mas também por reinvenções. Elza foi muitas — a sambista, a mulher do fim do mundo, a deusa da resistência. Como ela mesma disse: "a carne mais barata do mercado é a carne negra", mas sua música provou que a alma negra é incalculável em valor.
Tereza e Elza representam a linha viva que une passado e presente, ancestralidade e contemporaneidade. Representam milhões de mulheres negras que, em diferentes territórios do Caribe e da América Latina, constroem mundos possíveis todos os dias. São as mães de terreiro, as artistas, as intelectuais, as trabalhadoras, as quilombolas, as migrantes — vozes que, apesar de tantas tentativas de silenciamento, continuam ecoando com força e beleza.
Celebrar as mulheres negras latino-americanas e caribenhas é reconhecer a história que foi escrita nos corpos, nas lutas e nos sonhos delas. É honrar a dignidade que persiste e floresce, mesmo em