06/11/2025
Um idoso de 61 anos, analfabeto, trabalhou durante três anos em uma pedreira em Juazeiro do Norte, na Região do Cariri, recebendo, em troca, a possibilidade de morar em uma barraca de lona sem banheiro e sem acesso à água potável. Os auditores do trabalho disseram que ele retirava pedras manualmente e as transformava em paralelepípedos.
Segundo o auditor-fiscal do trabalho Maurício Krepsky, que atuou no resgate do trabalhador da condição análoga à escravidão, a pedreira f**a em Salgadinho, próximo à cidade-sede, e estava oficialmente inativa devido à uma proibição ambiental.
"Esse senhor estava fazendo a extração os poucos. Ele trabalhava há três anos [lá] e tinha um barraco de lona no qual dormia, dentro da pedreira. Não tinha condição de alguém viver dentro dali, mas ele tinha um sentimento de quase gratidão pelo dono da pedreira, por deixar ele morar lá", relatou.
O idoso também não recebia salário, embora trabalhasse diariamente. Contudo, após o resgate, a empresa foi obrigada a pagar a ele na última segunda-feira (3) um valor em torno de R$ 8 mil, sendo R$ 6,7 mil de direitos trabalhistas rescisórios e R$ 1,3 mil de danos morais individuais negociados com a Defensoria Pública da União (DPU).
No relatório final sobre o caso, os auditores do trabalho devem ainda encaminhar ao órgão ambiental responsável a informação de que a pedreira seguia funcionando sem permissão.
Diário do Nordeste