02/07/2025
Mesmo com ordem judicial, paciente aguarda cirurgia vascular há um mês em hospital de São Lourenço, MG
Internado há um mês no Hospital São Lourenço, Jerson Bertolino, de 52 anos, aguarda uma vaga para realizar uma cirurgia de alta complexidade pelo SUS, mesmo com uma decisão da Justiça que determinou a transferência dele em caráter de urgência. A demora pode levar a amputações mais severas, e a situação revolta a família.
No dia 24 de junho, a Justiça determinou que o Estado de Minas Gerais providenciasse a transferência em até 72 horas, sob pena de multa diária de R$ 1 mil por descumprimento. Mesmo assim, até agora, nada foi resolvido.
“Se a gente tivesse dinheiro, ele já teria feito a cirurgia. Mas não temos condições. É uma cirurgia cara. Fizemos tudo o que podíamos, agora depende da Saúde”, lamentou a sobrinha do paciente, Adriana Betolino Sousa Nilo.
Tudo começou com uma ferida no pé causada por problemas circulatórios. Após dar entrada no pronto atendimento, Jerson foi internado. A cirurgia que ele precisa se chama revascularização por ponte fêmoro-poplítea distal, indicada para restaurar o fluxo sanguíneo nas pernas.
O Hospital São Lourenço informou ao Ministério Público que possui estrutura e equipe para realizar o procedimento, mas que não é credenciado pelo SUS para cirurgias de alta complexidade, e não dispõe de recursos próprios para custeá-las. Por isso, a unidade solicitou vaga no SUSFácil — sistema estadual de regulação de leitos — ainda no dia 10 de junho.
Desde então, diversos pedidos foram negados por hospitais credenciados, segundo o responsável técnico do hospital, Eliel dos Santos Fernandes.
“Temos um gargalo muito grande na vascular. A referência para São Lourenço é Varginha, mas a demanda é alta e isso tem dificultado encontrar vaga para o paciente”, explicou.
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) disse que pacientes cadastrados no SUSFácil seguem sendo acompanhados pela Central de Regulação, que busca, de forma contínua e ininterrupta, um leito compatível com o quadro clínico em toda a rede do SUS em Minas.
Via - G1 suldeminas