30/05/2025
O sintoma do vazio:
O que está por trás do s**o casual?
Há um silêncio que vem depois do s**o casual que é mais alto que qualquer gemido.
Não dá pra explicar muito bem. Porque não é exatamente arrependimento, mas também não é contentamento. É uma espécie de ressaca moral e existencial que parece sussurrar: “Foi isso?”
Esse mal-estar pode ser explicado por um descompasso entre o que o corpo faz e o que o coração — ou o inconsciente — gostaria de viver.
Em outras palavras:
O corpo t**a a transa, mas o psiquismo queria um encontro.
A dopamina vem na hora H, mas depois… vem o vazio.
O cérebro humano foi moldado por milhares de anos para associar s**o a vínculo.
Por isso, mesmo que a gente racionalize o “não foi nada demais”, o sistema límbico, que regula emoções e memória afetiva, entende: “Isso deveria significar alguma coisa.”
E, quando não significa, ele sente o baque.
Poderíamos dizer com Schopenhauer que o desejo é como a dor, e a satisfação, como o alívio — mas nunca como a plenitude.
A gente busca no outro o sentido que deveria vir de dentro.
E, quando o outro vai embora deixando só um lençol bagunçado, a gente se dá conta de que ainda está ali:
sozinho.
Porque o desejo se sacia, mas o sentido não se compra com orgasmo.
Do ponto de vista existencial, s**o casual sem conexão pode tocar em feridas antigas: medo de rejeição, carência, necessidade de validação.
E, às vezes, o corpo vira palco de repetição de traumas emocionais.
A pessoa se entrega achando que está sendo livre, mas, no fundo, pode estar só revivendo padrões de abandono e fuga.
Ah, mas tem quem diga que gosta. E talvez goste mesmo…
Mas é importante perguntar:
Gosta ou se acostumou?
Gosta ou aprendeu a lidar com o pouco porque acredita que é o máximo que pode ter?
Gosta ou anestesia a dor com prazer?
Porque quando há sentimento, presença, cuidado e verdade, o corpo responde diferente.
E a alma também.
No fundo, todo mundo quer mais do que um corpo disponível.
A gente quer alguém que permaneça depois da roupa no chão.
Alguém que olhe nos olhos, não só o corpo.
Porque prazer sem vínculo pode até ser intenso…
Mas vínculo com prazer é o que de fato transforma.
Nem sempre o que parece liberdade é liberdade de verdade.
Às vezes, a gente se entrega achando que tá no controle…
Mas acorda sentindo um vazio que não dá pra explicar.
Não é sobre moralismo. É sobre verdade emocional.
O corpo pode até sair satisfeito… mas a alma?
A alma quer conexão.
Quer ser vista, sentida, respeitada.
Porque, no fim das contas, o que realmente preenche não é o toque.
É o vínculo.
Você já sentiu isso?
Comenta aqui ou manda pra alguém que precisa refletir sobre isso.
Vamos falar mais sobre os vazios que ninguém vê,
mas que todo mundo sente.