30/05/2025
Tributo a Carlos César Bragato, o “Badaia”
Da redação *Firminno Leal
Jornal O Conquistense
Decorridos sete dias do passamento do especial amigo Carlos César Bragato, o popular “Badaia” para a Pátria Espiritual, cabe a mim a difícil missão de falar sobre o ilustre conquistense, falecido sexta-feira 23/5/25.
Carlos César Bragato nasceu em Conquista, em 30 de junho de 1950. Era filho de Alberto Bragatto e Ana Damião Bragato, genitores da conhecida grei dos “Bargatos”: Ana Maria, Carlos César, Maria Angélica, (esses já falecidos) e Carlos Alberto, Tânia Josefina, Carlos Augusto e Marilia Cristina, os quais ainda caminham pela senda terrestre, com o seu modus vivendi. Badaia era casado com a senhora Izabel Mahler Bragato; deste enlace nasceram os filhos: Priscila Mahler Bragato e Bruno Mahler Bragato.
Em Conquista, Badaia desempenhou suas atividades profissionais como tabelião e serventuário da Justiça no Fórum Desembargador Vicente de Paula Borges, onde se aposentou. Quando jovem, sempre teve ativa participação na vida cultural da cidade, abrilhantando os mais diversos eventos, quer fossem eles cívicos ou beneficentes; lá estava Badaia sempre colaborando como cerimonialista voluntário, já que nunca cobrou pelos seus préstimos.
Pois bem, meus considerados amigos: desde que aqui aportei, lá pelos meados do recuado ano de 1975, Badaia e eu nos tornamos amigos próximos. Dele recebi lhaneza, carinho, atenção e cuidados, a ponto de nos tornarmos confidentes; por ele fui estimulado a fazer parte dos seus entretenimentos e gostos pessoais: a música da inesquecível Jovem Guarda, que marcou os anos sessenta, os festivais futebolísticos, capitaneados, em particular, pela Associação Atlética Conquistense... De temperamento afável e tranquilo, Badaia espalhava simpatia por onde passava, com seu sorriso permanente que inspirava confiança. Havia também a nossa afinidade com a comunicação, especialmente a crônica escrita nos jornais locais e, por fim, o rádio.
No futebol, seu esporte favorito, Badaia foi meio-campista de destaque na Associação Atlética Conquistense, deixando seu nome gravado nos anais da gloriosa agremiação.
Na imprensa, ele atuou por muitos anos no Jornal Tribuna de Conquista, onde mantinha a concorrida coluna “Badaia nos Esportes”. Quando criamos o jornal O Conquistense, ele se tornou titular da especial coluna “Badaiando”, cujo conteúdo era formado por fatos e acontecimentos ligados a Conquista, à sua gente.
No Rádio, ele se comunicava com todos os ouvintes através do livre e democrático microfone da Rádio Dinâmica F.M, veículo de comunicação que, aliás, nasceu sob sua participação ativa. Por muitos anos ele manifestou sua ação benemérita como incentivador e colaborador da Rádio e até “emprestou” seu nome como presidente da instituição mantenedora, tamanho era o seu amor pela Dinâmica F.M. Além disso, por duas décadas o fã incondicional da Jovem Guarda comandou o “Especial Roberto Carlos”, projeto que ele desenvolveu ao logo de vinte anos, sempre antes do Natal. O programa veio a se tornar campeão de audiência em razão do seu gosto musical pela obra do “REI”, bem como pela maestria com que era apresentado; nessas ocasiões a Conquista que ele tanto amava era como que impregnada por verdadeiro “espírito natalino”.
Por onde andou Badaia divulgou o nome de Conquista intensamente, demonstrando assim amor arraigado pela sua terra natal; foi com raiz nesse mesmo amor que medrou o vasto círculo de amigos e admiradores que ele deixou. Tinha o hábito de propagar a Jovem Guarda, famoso movimento musical que marcou os anos sessenta. E foi guiado pelo mesmo impulso que ele ainda participou do conjunto musical conquistense “Os Mesmos”. Como exímio baterista fez história ao lado dos saudosos Seme Sakr, Juninho e Alonso; conjunto do qual resta ainda entre nós apenas o contrabaixista Roberto Nunes, o popular “Cangerê”, visto que aqueles outros partiram antes da hora combinada.
Além da indelével impressão da sua inteligência, fineza no trato e firmeza nas convicções, ficou-me, de Badaia, a fidalguia do bom conquistense; esse homem dedicado, íntegro e bom traz em si mesmo a justificativa de uma vida bem vivida.
“Quando eu estou aqui
Eu vivo esse momento lindo
Olhando pra você
E as mesmas emoções sentindo
São tantas já vividas
São momentos que eu não esqueci
Detalhes de uma vida
Histórias que eu contei aqui” ...
Que Jesus ilumine sua jornada na Pátria Espiritual, meu considerado amigo e protetor!
*Firminno Leal
Bacharel. Jornalista freelancer e criador de conteúdos. Pós-graduado em Comunicação e Informação; Pós-graduado em Jornalismo Digital; Qualificado em Jornalismo Legislativo e Cultural. Licenciado em Magistério; Licenciado em História; Pós-graduado em Maçonologia: Filosofia e História.