
22/09/2025
Memória Conquistense
A saga dos japoneses em Conquista
Da redação *Firmino Leal
Jornal O Conquistense
A saga dos imigrantes japoneses em "Conquista" (no sentido de busca por um novo lar e prosperidade) reflete a história da imigração japonesa no Brasil, que se iniciou em 1908 com a chegada do navio Kasato Maru. O Brasil, em busca de mão de obra para as fazendas de café, e o Japão, com uma população crescente e em busca de oportunidades, firmaram um acordo que trouxe milhares de japoneses em busca de um futuro melhor. A saga envolveu desafios de adaptação cultural e de trabalho, a criação de comunidades agrícolas, a perseguição e restrições durante a Segunda Guerra Mundial, e a plena integração dos descendentes na sociedade brasileira, com contribuições significativas para a agricultura e cultura do país.
O fio condutor desta história parte de um pequeno grupo de imigrantes japoneses, da segunda leva que vieram para o Brasil no início da segunda década do século passado, deslumbrados com a miragem de aqui enriquecerem e voltarem à terra natal.
Nas lembranças de cada um, ainda presente a viagem, a chegada ao Brasil, as hospedagens precárias, os deslocamentos para o interior cafeeiro, os castelos de cartas ruído diante de uma realidade doída, as febres, enfim, tudo aquilo que os documentos frios não contam.
A região que historicamente mais atraiu os imigrantes foi o Triângulo Mineiro em virtude da conexão existente entre as áreas de concentração dos imigrantes no Estado de São Paulo, via a Estrada de Ferro Mogiana, e também devido as condições favoráveis à rizicultura. A propósito: A saga dos japoneses em Conquista está contada com riquezas de detalhes no livro SOB AS ASAS DA AURORA de autoria da escritora quase conquistense Lucilia de Junqueira de Almeida Prado.
Foi em 1916 que um grupo de imigrantes iniciou a plantação de arroz em Conquista, a qual se expandiu para Uberaba e adjacências. Isso possibilitou a formação de uma cooperativa de produtores em 1919, com sede em Uberaba e filial em Conquista. Eis de repente sugiram nomes e sobrenomes como: Nagamine, Nakamura, Cavamoto, Kimura, Saito etc. passaram a fazer parte da azáfama local.
Nota do autor: Crônica extraída do livro “Memória Conquistense” que se encontra no prelo. A foto tirada na sede da Cooperativa de Produtores de arroz em Conquista, Minas Gerais, pertencente ao acervo do Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil.
*Jornalista, escritor, pesquisador, historiador.