16/10/2025
Menino de 12 anos morre após ser picado por escorpião no Paraná
Thaygo Henrique Bara Milani foi picado ao tentar pegar um brinquedo atrás do sofá. Hospital não tinha soro antiescorpiônico no atendimento
O menino Thaygo Henrique Bara Milani, de 12 anos, morreu na noite desta segunda-feira (13) após ser picado por um escorpião-amarelo, em Cambará, no norte do Paraná. O acidente aconteceu no domingo (12), dentro de casa, quando ele tentou pegar um carrinho de brinquedo atrás do sofá, segundo relato da família.
Essa é a segunda morte por picada de escorpião-amarelo em menos de três meses no município. Em julho, o pequeno Bernardo Gomes de Oliveira, de 3 anos, também perdeu a vida após sofrer 33 paradas cardíacas. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa-PR) concluiu, na ocasião, que houve demora na solicitação do soro antiescorpiônico, o que comprometeu o atendimento.
No caso de Thaygo, a família relatou que, novamente, não havia soro disponível no hospital da cidade. O menino foi levado às pressas para o pronto-socorro municipal, depois encaminhado a Jacarezinho, retornou a Cambará e, por fim, foi transferido para o Hospital Universitário de Londrina, onde teve uma parada cardíaca e não resistiu.
O tio-avô, Rogério Milani, lamentou a perda:
“É uma perda irreparável. Ele era uma criança muito querida, que tinha tudo pela frente.”
Índice:
O que diz a Prefeitura
O que diz a Secretaria Estadual de Saúde
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O que diz a Prefeitura
Em nota, a Prefeitura de Cambará afirmou que Thaygo deu entrada no pronto-socorro às 18h06 e que o CIATox (Centro de Informação e Assistência Toxicológica) foi acionado imediatamente. Às 18h36, o menino apresentou sintomas como calafrios, náuseas e prostração, sendo iniciada a transferência para uma unidade com soro.
Durante o trajeto, o quadro clínico piorou e a ambulância retornou à cidade. Segundo a prefeitura, seis ampolas do antídoto foram aplicadas às 19h30, após a chegada de uma equipe da 19ª Regional de Saúde.
“Após a aplicação, o paciente apresentou melhora imediata e foi transferido em estado estável para Londrina, saindo de Cambará por volta das 20h15”, diz o comunicado.
Thaygo morreu às 18h53 do dia seguinte.
O que diz a Secretaria Estadual de Saúde
O secretário interino da Saúde do Paraná, César Neves, afirmou que o soro foi aplicado dentro do tempo recomendado, cerca de 1h30 após a picada, e que o prazo está dentro dos protocolos médicos.
Neves reconheceu que Cambará ainda não possui soro armazenado, já que o produto exige câmaras frigoríficas especiais e equipe capacitada para o manuseio. Segundo ele, o estado está trabalhando para viabilizar essa estrutura, mas não há prazo definido.
A Sesa informou que vai investigar o caso para verificar se houve falha no atendimento ou na logística da transferência.