
12/08/2025
Quando assisti ao vídeo do Felca sobre adultização, não consegui apenas “ver” — eu senti. Foi um desconforto que me fez parar e pensar: e aqui em casa?
E foi impossível não enxergar: a adultização não é um problema distante. Ela está mais perto do que imaginamos, escondida nos detalhes que a gente deixa passar. No comentário “engraçado” de um amigo, numa cena de filme “para criança” que parece inofensiva, nas conversas que eles ouvem e guardam.
O perigo é que, por ser sutil, a gente se acostuma. E quando percebe, já normalizou.
Mas não é normal.
A ciência mostra que a adultização acelera a maturação do epigenoma — é como envelhecer o cérebro antes da hora, aumentando o risco de doenças físicas e mentais lá na frente.
É sobre questionar o que parece inofensivo, cortar pela raiz o que antecipa etapas e lembrar que maturidade e adultização não são a mesma coisa.
Porque a infância tem um tempo próprio.
Se ela for interrompida, não há como recomeçar.