Coxipó Assessoria de Imprensa

Coxipó Assessoria de Imprensa No mercado há 14 anos, a Coxipó Assessoria de Imprensa atua dando visibilidade a eventos dos mais

03/06/2024

Praia para o povo

Jairo Pitolé Sant’Ana

Me desculpem os fundamentalistas, mas definitivamente não concordo com a ideia de uma mão divina interferindo na natureza, gerando catástrofes como enchentes do Rio Grande do Sul, seca da Amazônia e incêndio no Pantanal. Principalmente, por estar supostamente zangado pela predominância de terreiros de candomblé ou pelo fato de um estado ter poucas igrejas. Concordo, sim, que a catástrofe é resultado da “boiada passando” e afrouxando cada vez mais as leis ambientais.

Sempre me lembro do caso cuiabano, onde existiram no perímetro urbano desta cidade mais de 20 córregos a desaguarem nos rios Coxipó e Cuiabá. Coloquei o verbo no passado, porque atualmente são literalmente esgotos a céu aberto. Não chegaram a esta situação por causa das fezes expelida pelos animais que um dia viveram no entorno de suas matas ciliares, mas por nós, humanos, e sem o devido tratamento.

Em muitas cidades deste país há um leito d’água transformado em esgoto. E, ainda, queimadas, desmatamentos, agrotóxicos, impermeabilidade do solo, aumento da temperatura, chuvas intensas e localizadas, etc.

Apesar disso e de alertas de especialistas e cientistas, não é pequeno o contingente dos defensores da “boiada passando”. A mais recente tentativa é a PEC 3/2022, conhecida como a PEC da Cancun brasileira, em discussão no Senado. Embora não proponha a privatização das praias de pindorama, abre espaço para que isso aconteça, aos transferi-la, de graça, a estados e municípios, e, sob pagamento, a foreiros, cessionários e ocupantes. O propósito é a construção de complexos turísticos no litoral.

Segundo o biólogo Ronaldo Cristofoletti, professor do Instituto do Mar, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), na Baixada Santista, citado pelo site Congresso em Foco, as praias e os terrenos que margeiam o mar são áreas naturais de proteção, que necessitam ser cuidadas por conta de eventos extremos. Vai além: “o que está acontecendo no Rio Grande do Sul mostra como a força das águas pode destruir vidas, sociedades, culturas, economias, agricultura, pecuária, tudo”.

Além da previsão de futuras catástrofes, a medida, se aprovada, afetará a vida de mais de um milhão de pescadores artesanais credenciados pelo Registro Geral da Atividade Pesqueira e suas famílias (no mínimo, quatro milhões de pessoas), que perderão seu ganha-pão ou ficarão submetidos a grandes conglomerados em troca de baixos salários. Além de serem acrescentados à leva de um descomunal exército de “sem-praias”, que há de surgir por este Brasil afora.

O pobre litorâneo, como sempre, perderá uma de suas poucas opções de lazer. A não ser que pague para entrar, e, talvez, sem direito a levar seu isopor de cerveja e seu frango assado com farofa. Como nos cinemas de shoppings, terá de comprá-los em algum quiosque credenciado pelo novo proprietário. Será o fim dos farofeiros. E a classe média que se prepare para desembolsar mais um troco.

Publicado nesta segunda-feira, 3/6/24, em A Gazeta, de Cuiabá.

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09/05/2024

Imagens de viagens

Mercado Havel, fundado em 1232 (em menos de uma década completa nove séculos). F**a na cidade velha de velha de Praga, conhecida como Praga 1, Havelská 13, a cinco minutos do Orloj (relógio astronômico medieval), um dos principais pontos turístico da capital Tcheca. A cada hora, um show mecânico com figuras de apóstolos, entre outras esculturas, se movimentando. Quase sempre lotado.

Imagens de viagens Estátua de São João Nepomuceno, na avenida Narodni (Nacional), na parte histórica de Praga. Pois é! T...
05/05/2024

Imagens de viagens

Estátua de São João Nepomuceno, na avenida Narodni (Nacional), na parte histórica de Praga. Pois é! Também fiquei surpreso. Nunca havia me passado pela cabeça que o nome São João Nepomuceno, cidade da Zona da Mata mineira, próxima a Juiz de Fora e ao lado de Rio Novo, tivesse sua origem na Europa Central. Nascido em Nepomuk, na região de Pilsen (terra da cerveja), em 1340, é venerado por lá como um mártir.

Porto Portugal. Foto tirada em 2020, ano da pandemia. Coronel Pacheco é também uma pequena (em minha memória, pacata) ci...
28/04/2024

Porto Portugal. Foto tirada em 2020, ano da pandemia. Coronel Pacheco é também uma pequena (em minha memória, pacata) cidade mineira, localizada entre Juiz de Fora e Rio Novo. Sedia uma unidade da Embrapa.

Pelas bandas de Chapada dos Guimarães
27/04/2024

Pelas bandas de Chapada dos Guimarães

Banksy intervém e mostra Mickey Mouse e o palhaço Ronald ladeiam Kim P**c, vítima da bomba de Na**lm despejada pelos Est...
27/04/2024

Banksy intervém e mostra

Mickey Mouse e o palhaço Ronald ladeiam Kim P**c, vítima da bomba de Na**lm despejada pelos Estados Unidos em um lugarejo vietnamita, em 1972.

Exposição (Cândido) Portinari, , 1º de maio de 2022, MIS Experience, Rua Vladimir Herzog, Água Branca, São Paulo.
25/04/2024

Exposição (Cândido) Portinari, , 1º de maio de 2022, MIS Experience, Rua Vladimir Herzog, Água Branca, São Paulo.

15/04/2024

Rumo ao ostracismo?

Jairo Pitolé Sant’Ana

Já havia me esquecido do puxão de orelha dado pelo ministro do Supremo, Gilmar Mendes, no atual senador e ex-juiz Sérgio Moro, no segundo dia deste mês de abril, num encontro mediado pelo, também senador, mato-grossense Wellington Fagundes. Apesar do babado ter sido forte. Mas, ao abrir est’ A Gazeta de sexta-feira passada, li na página 7A, numa “tripinha” (notícia em uma coluna) esmagada entre informações sobre Bolsonaro, (Fernando) Lira e Pai de Janja, que no dia anterior ele afirmou ao Estadão Notícias ter sido uma conversa “acalorada”. Bota acalorada nisso.

Segundo a jornalista Mônica Bergamo, “Gilmar falou pra ele (Moro) o que estava engasgado na garganta”. Para quem não se lembra, há um ano viralizou um vídeo, no qual o ex-juiz aparece em uma festa junina conversando com uma mulher que, ao fundo, diz, “está subornando o velho”. Ele responde: “Não, isso é fiança, instituto para comprar um habeas corpus do Gilmar Mendes”. Mais tarde, se desculpou pela “declaração infeliz”, mas, convenhamos, a ofensa já havia se consumada.

Moro, que em dezembro de 2021, quando ainda sonhava com a Presidência da República, fez um curso de fonoaudiologia e treinou oratória, se viu obrigado, durante o encontro Mendes, a ouvir o que não queria. Sem escapatória foi submetido a um intensivíssimo curso de escutatória, como um dia pensou em abrir o psicanalista, escritor, teólogo e filósofo Rubem Alves (1933-2014), considerado um dos grandes pedagogos brasileiros, ao lado de Paulo Freire.

Foi quase uma palmatória em forma de sermão. De bedel para aluno relapso. Com direito a tratamento sem nenhuma deferência ao atual e ao antigo cargo. Pelo que se publicou, foi sempre chamado pelo primeiro nome. E, ao argumentar que o encontro não era pra se defender, ouviu o humilhante “Você e Dallagnol roubavam galinha juntos (...) Vocês combinavam o que estaria nas peças”. Lembrou-lhe que certa vez Paulo Guedes “esteve em meu gabinete e disse orgulhoso ter sido ele quem foi a Curitiba convidá-lo para ser ministro de Bolsonaro. Foi um dos maiores feitos dele no ministério”. Como escreveu João Filho, do The Intercept, “o tom do sermão foi subindo até chegar a um desaforo. Depois que Sérgio tergiversou sobre sua relação com Bolsonaro, Gilmar o mandou estudar. ‘Você faltou muitas aulas. Curitiba não te ajudou em nada. Aproveite que está no Senado e estude um pouco. A biblioteca do Senado é ótima, você deveria frequentar”. Hora de pedir para ir ao banheiro e sair de fininho.

O tratamento recebido de Gilmar não deve ser diferente do que vem pela frente, mesmo tendo seu mandato garantido no julgamento do TRE do Paraná, onde foi absolvido por 5x2 das acusações de abuso de poder econômico, uso de caixa dois e utilização indevida dos meios de comunicação. Seu parceiro na Lava Jato, Deltan Dallagnol, teve uma vitória ainda mais ampla (por outros motivos). Foi absolvido por 6X0. Só que no TSE (Tribunal Superior Eleitor) a derrota foi acachapante. Seu mandato de deputado federal foi cassado por 7X0. Numa leitura de momento, parece ser este o destino de quem um dia foi idolatrado como o paladino da justiça.

Publica em A Gazeta, de Cuiabá, nesta segunda-feira, 15/04/2024

Finalmente, o Outono chegou por estas bandas. 15 graus a menos, e ainda com tempo chuvoso, merece uma comemoração, mesmo...
24/03/2024

Finalmente, o Outono chegou por estas bandas. 15 graus a menos, e ainda com tempo chuvoso, merece uma comemoração, mesmo solitária e contemplativa.
Ah! Esta foto é de ontem, sexta-feira. Não postei antes por pura preguiça. Mas como o Outono ficará mais 87 dias conosco, ele não deve se importar com este pequeno atraso.

18/03/2024

No mato ou no buraco

Jairo Pitolé Sant’Ana

Prezado possível leitor: antes de começar a ler este artigo, necessito avisá-lo sobre seu conteúdo. O assunto é escatológico. Não por gosto ou por ideologia de escrevinhador, mas pela realidade imposta. A do saneamento básico brasileiro, nono país mais rico do mundo, posição recuperada no final do ano passado. Apesar disso, uma expressão muito usada em xingamentos dito leves, a “vai c***r no mato”, infelizmente ainda é o retrato do cotidiano de cerca de 1,3 milhão de pessoas no Brasil, quase duas vezes a população de Cuiabá.
Pelos dados do IBGE, divulgados no mês passado, 366,9 mil domicílios não têm banheiro, aquele cômodo da casa com chuveiro (ou banheira), vaso sanitário (ou privada) de uso exclusivo dos moradores, inclusive os localizados no terreno ou na propriedade. Ah! Por motivos óbvios, eles também precisam improvisar na hora do banho. Pode-se argumentar ser um percentual mínimo frente aos mais 71 milhões, de um total de 72,45 milhões, de domicílios com banheiro de uso exclusivo. Mas a exclusão não se restringe aos sem banheiro. É estendida ao tratamento do produto dos com banheiro, independente se eles possuem um, dois, três ou quatro.
Embora cerca de 77% dos domicílios brasileiros contem com rede de esgoto ou fossa séptica, incluindo as não ligadas à rede, pouco mais da metade passa por uma estação de tratamento. O restante é jogado diretamente nos escoadouros. Se esta notícia já não é lá muito boa, a próxima é bem pior. Há 13,143 milhões de domicílios dependentes de fossa rudimentar. Traduzindo, quando o banheiro ou o sanitário está diretamente ligado a uma fossa negra ou um poço, sem nenhum revestimento e, óbvio, tratamento zero. Enquanto os sem banheiro “cagam no mato” (ou compram um urinol), o da fossa rudimentar “fazem suas necessidades no buraco”. Nessa era digital, já nem dá pra imaginar o tipo de higienização.
As desigualdades regionais se refletem também neste campo. Enquanto as regiões Sudeste e Sul, com 42,61 milhões de domicílios contam com 18,3 mil sem banheiros, nas regiões Norte e Nordeste, com pouco mais da metade dos domicílios (24,02 milhões), este número é 15 vezes maior. Salta para 340,7 mil. A realidade é a mesma quando se trata de fossas rudimentares. São 3,17 milhões nas duas primeiras regiões contra 8,746 milhões no Norte e Nordeste.
O Centro-Oeste se situa na intermediária entre Sul/Sudeste e Norte/Nordeste. Apesar de entre seus 5,5 milhões de domicílios “apenas” 7,79 mil não contar com banheiro, ainda há quase um milhão e meio deles onde seus usuários depositam suas fezes e urina em fossas rudimentares. Segundo maior PIB per capita do Brasil, Mato Grosso é o patinho feio e de mal odor neste território. Quase 70% (5.393) dos domicílios sem banheiro da região estão no Estado, além de contar com outros 523,1 mil (40%), cujo esgoto cai em fossa rudimentar. Quem diz é o IBGE. Até!

Faltou revisãoA Lispector virou Espector; American, América (nas duas situações); e Vilanova, Vila Nova.
16/03/2024

Faltou revisão

A Lispector virou Espector; American, América (nas duas situações); e Vilanova, Vila Nova.

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