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Revista30, Curionópolis (2025)

18/07/2024

----------> A 𝗟𝗼𝗷𝗮 𝗱𝗼𝘀 𝗕𝗮𝗺𝗯𝘂𝗿𝗿𝗮𝗱𝗼𝘀 era um dos mais movimentados comércios no garimpo de Serra Pelada, em Curionópolis, na década de 80. O comércio era ponto de encontro dos homens a caminho da cava ou para gastarem seus trocados enquanto se confraternizavam.

Na loja vendia-se de tudo um pouco, desde itens pessoais como cosméticos e acessórios até alimentos e alguns medicamentos. Seria, para a época, o que hoje conhecemos por loja de conveniência.

O nome da famosa loja tem origem na palavra "𝗯𝗮𝗺𝗯𝘂𝗿𝗿𝗮𝗿", que significa "ficar rico". Logo, o nome "bamburrados" seria uma referência aos garimpeiros afortunados que tenham encontrado significativa quantidade de ouro.

📸(1) - Claus Meyer/Tyba
📸(2) - Internet/Reprodução (1983)
📷(3) - Dicionarium/Reprodução
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11/07/2024

----------> Para coibir e punir as infrações cometidas pelos garimpeiros, o interventor federal Sebastião "Curió" Rodrigues de Moura criou um tribunal próprio para o garimpo de Serra Pelada, conhecido entre os garimpeiros como "𝗧𝗿𝗶𝗯𝘂𝗻𝗮𝗹 𝗦𝗮𝗹𝗼𝗺𝗮̃𝗼". Curió coordenou Serra Pelada de 1980 a 1982, mas exercia forte influência mesmo após deixar a administração do garimpo.

O tribunal era composto por apenas dois juízes: Herbert Georges de Almeida, geólogo e coordenador do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), e José Bonifácio da Silva, presidente da Cooperativa dos Garimpeiros de Serra Pelada e ex-agente do Serviço Nacional de Informação (SNI) - homem de confiança de Curió.

O grupo tinha poder para julgar desde "desaforos pessoais" e disputas de barrancos dentro do garimpo até "ladrões de cascalho", garimpeiros que à noite invadiam pontos onde costumavam aparecer pepitas de ouro. Casos envolvendo delitos mais graves, como homicídio e latrocínio, eram encaminhados à polícia e à justiça comum.

Uma reportagem da Revista VEJA registrou um desses casos, inclusive com a publicação de uma fotografia (em destaque) que mostra um grupo que havia sido preso na noite anterior e julgados pelo referido Tribunal.

"Ao serem empilhados, os ladrões já sabem o que os espera. Ao amanhecer, têm seus cabelos parcialmente raspados - alguns só de um lado da cabeça, outros apenas numa faixa que vai do centro da testa à nuca. Estigmatizados, são amarrados uns aos outros com cordas de náilon atadas aos pulsos e submetidos à execração pública perante a multidão de garimpeiros que se reúne às 8 horas da manhã para a cerimônia de hasteamento da bandeira."

Na época, a imagem em destaque correu o mundo e levantou inúmeras discussões e críticas em relação às torturas, violência social e, principalmente, às ações do governo militar.

📸 - Geraldo Ramos/Revista Veja (1985)
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29/04/2024

----------> Em Curionópolis, os primeiros corpos começaram a ser sepultados por volta de 1980 no antigo Cemitério "Cova Rasa", que funcionou de forma irregular e desorganizada às margens da Rodovia PA-275 até o final da década de 80.

Nesse contexto, surgiria o então 𝗖𝗲𝗺𝗶𝘁𝗲́𝗿𝗶𝗼 𝗠𝘂𝗻𝗶𝗰𝗶𝗽𝗮𝗹 𝗥𝗲𝗰𝗮𝗻𝘁𝗼 𝗱𝗮 𝗦𝗮𝘂𝗱𝗮𝗱𝗲, criado no final da década de 80, logo após a desativação dos espaços irregulares de sepultamentos na cidade. Na época, a Prefeitura Municipal de Curionópolis (PMC) inaugurou a necrópole ainda em obras devido à alta demanda por enterros. Desde então, a PMC é quem faz a manutenção e a organização de toda a área do local.

Em outubro de 1989, o cemitério de Curionópolis teve a sua primeira grande movimentação de sepultamentos em um único dia, quando sete garimpeiros foram enterrados no local após serem soterrados na cava do garimpo de Serra Pelada. O fato parou a cidade naquela época.

Com o crescimento da cidade e a necessidade de mais espaço no local, o que era uma demanda perceptível, em 2002 a prefeitura realizou a primeira ampliação do cemitério municipal, onde uma área lateral foi adquirida para a criação de aproximadamente 1.000 novas covas.

Já em 2022, iniciou-se a segunda ampliação do Recanto da Saudade, que agora, em 2024, entra em fase de execução em um terreno adquirido pela prefeitura anexo ao local. Com a ampliação, o cemitério terá um acréscimo de 6.900 m², com capacidade para mais 1.800 covas.

O local ficou nacionalmente conhecido na época do Massacre dos Sem-Terras, quando 13 dos dezenove camponeses mortos foram enterrados no local, em 1996.

📸(1) - Internet/Reprodução
📸(2) - PMC/Divulgação (2019)
📷(3) - O Liberal/Reprodução
📸(4) - João Roberto Ripper (1996)
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15/04/2024

----------> A Liga Esportiva de Curionópolis (LEC) tornou-se tricampeã na XIX Copa Sul Pará de Seleções ao vencer o selecionado da cidade de Canaã dos Carajás nos pênaltis, mesmo depois de fazer um jogo morno sem jogos no tempo normal. A partida foi realizada em sua principal praça esportiva, o Estádio Wilson de Souza, no dia 15 de dezembro de 2021.

A Copa Sul Pará de Seleções é atualmente organizada pela FPF em parceria com a Associação de Ligas Esportivas de Carajás (ALCA).

📸 - LEC/Divulgação (2021)
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11/04/2024

----------> Um enorme churrasco foi realizado na Serra Pelada no dia 15 de novembro de 1984, em comemoração à reabertura do garimpo. Promovido pelo então deputado federal Sebastião Curió (PFL) e patrocinado por fazendeiros da região e por donos de barrancos do garimpo ("capitalistas"), poderia hoje ser considerado o "𝗺𝗮𝗶𝗼𝗿 𝗰𝗵𝘂𝗿𝗿𝗮𝘀𝗰𝗼 𝗱𝗼 𝗺𝘂𝗻𝗱𝗼". Porém, não foi oficializado.

Conforme informações da época, foram 120 bois abatidos e assados em uma vala disposta ao longo dos quase 1.000 m da pista de um aeroporto improvisado. Foi uma grande festa, que permitiu naquele dia a entrada de mulheres e fogos de artifício.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2021, com base nas informações de abate de bovinos, a média de um animal abatido no Brasil é de 17 arrobas (255 kg de carne). Nesse contexto, de acordo com as informações do evento de Serra Pelada, calcula-se que foram usadas 𝟯𝟬,𝟲 𝘁𝗼𝗻𝗲𝗹𝗮𝗱𝗮𝘀 da proteína animal, o que seria, até hoje, um recorde!

Infelizmente os registros deste grandioso churrasco ficaram apenas nas imagens, não sendo possível produzir dados fidedignos para inserí-lo oficialmente no Guinness World Record.

Atualmente, o Uruguai detém oficialmente o referido recorde, ultrapassando a Argentina em 2017. O evento aconteceu na cidade uruguaia de Minas e contou com 16,5 toneladas de carne, 14 a menos que o churrasco de Serra Pelada.

📸(1) - João B. de Sousa (1984)
📸(2 e 3) - Paulo Santos/Acervo H (1984)
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01/04/2024

----------> Com a descoberta de uma das maiores reservas minerais do mundo na Serra dos Carajás, nos anos 60, e o direito de explorá-las concedido à empresa Vale S.A., foi construída uma estrada asfaltada entre a cidade de Marabá e as instalações da Vale no alto da Floresta Nacional de Carajás (FNC), com cerca de 206 km. Concluída em 1976, a via ficou inicialmente conhecida como 𝗘𝘀𝘁𝗿𝗮𝗱𝗮 𝗖𝗮𝗿𝗮𝗷𝗮́𝘀, tornando-se um tronco viário vital para o Estado.

Anos depois, a via foi transferida para o governo do Pará e desmembrada em duas: na Rodovia PA-150, que posteriormente foi federalizada para BR-155, e na 𝗥𝗼𝗱𝗼𝘃𝗶𝗮 𝗣𝗔-𝟮𝟳𝟱, de aproximadamente 106 km.

Por interligar diferentes cidades em seu percurso, a PA-275 pode ser parcelada em três importantes trechos viários:

O trecho Leste, com 30 km, vai desde o seu marco zero, em Eldorado do Carajás, até Curionópolis. Os principais pontos são: Km 02 (área urbana), Km 04 (acesso à Vila 17 de Abril) e o Km 16 (entrada de Serra Pelada).

O trecho Central, com 34 km, estende-se de Curionópolis até Parauapebas. Os principais pontos são: Km 43 (Balneário Rio Jordão), Km 46 (Acampamento Frei Henri) e o Km 63 (cruzamento com a Rodovia PA-160).

O trecho Oeste, chamado de Rodovia Raymundo Mascarenhas, com 42 km, alonga-se desde a Portaria da FNC até a Portaria N5 Vale, no Complexo Industrial de Carajás. Seus principais pontos: Km 84 (Aeroporto de Carajás-CKS) e o Km 94 (Núcleo Urbano de Carajás).

Com a Lei Estadual n° 9.780, de 27 de dezembro de 2022, o trajeto da PA-275 que abrange todo o município de Parauapebas passou a se chamar Rodovia Dr. Faisal Salmen, em homenagem ao ex-prefeito e importante político na região.

📸(1 e 2) - Internet/Reprodução (1975)
📸(3) - Juca Martins/Olhar Imagem (1988)
📸(4) - Maycon Nunes/Agência Pará
📷(5) - Google Maps/Reprodução
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28/03/2024

----------> Romance vencedor do Prêmio SESC 2023, "𝗢𝘂𝘁𝗼𝗻𝗼 𝗱𝗲 𝗰𝗮𝗿𝗻𝗲 𝗲𝘀𝘁𝗿𝗮𝗻𝗵𝗮", nos convida a mergulhar nas lamas do garimpo de ouro de Serra Pelada, combinando as memórias e a ficção. Com sua escrita sensível e penetrante, o escritor paraense Airton Souza () conta a história de amor entre dois garimpeiros, em um território de brutalidade dos homens e da terra.

A história se passa no contexto da famosa e trágica Serra Pelada, o maior garimpo a céu aberto do mundo, explorado por milhares de homens na década de 80. Nessa terra fragmentada pelas enxadas, marcada pela ganância e pela violência, o romance mescla fatos históricos e ficção para contar a história de Zuza e Manel, dois garimpeiros que se apaixonam, e Zacarias, um padre angustiado diante da própria batina.

Os três protagonistas tentam, a todo custo, "bamburrar": encontrar uma grande quantidade de ouro e, assim, ganhar a vida. A terra úmida, os desabamentos e o cheiro do garimpo são cenário de uma história em que talvez já não existam fronteiras entre o sagrado e o profano, entre a morte e o erotismo - constantes dualismos enfrentados pelos personagens.

Apesar de a obsessão pelo ouro e a truculência dos que comandam o garimpo criarem uma atmosfera violenta, assassina e solitária, a ternura narrativa abraça seus personagens para que, de algum modo, escapem à asfixia da repressão, permitindo que amem e sejam amados.

Em 2024 o livro de Airton Souza esteve no centro de uma polêmica nacional onde a organização do Prêmio SESC foi acusada de homofobia e tentativa de censura do livro. As acusações motivaram o rompimento da Editora Record com o Prêmio Sesc.

📷(1) - Editoria Record/Divulgação
📷(2) - SESC/Reprodução
📸(3) - Airton Souza/Arquivo
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21/03/2024

----------> 𝗔𝗱𝗲𝗹𝗮𝗶𝗱𝗲 𝗠𝗼𝗹𝗶𝗻𝗮𝗿𝗶 nasceu em Garibaldi (RS) em 2 de fevereiro de 1938, filha de Salvador e Cecília Molinari, ambos agricultores. Na infância, mudou-se para o município gaúcho de Palmeira das Missões, onde passou a trabalhar na lavoura.

Assim, por influência dos pais, passou a frequentar o Instituto Religioso das Filhas do Amor Divino (IRFADI), indo morar e estudar definitivamente na instituição em seguida.

No IRFADI, após o término da formação, aceitou o carisma da congregação, que prega estar a serviço dos mais necessitados. Adelaide passou a dedicar sua vida em prol do outro e da Igreja.

Molinari foi destacada, em 8 de abril de 1983, juntamente com mais duas religiosas da Congregação das Filhas do Amor Divino (FDC), para o sudeste do Pará. Sua missão era formar Comunidades Eclesiais de Base no eixo entre Marabá, Eldorado do Carajás e Curionópolis.

Adelaide foi também uma líder comunitária que apoiou os trabalhadores rurais na luta por terra e justiça. Infelizmente foi tragicamente assassinada em 14 de abril de 1985 na cidade de Eldorado do Carajás. Sua morte causou indignação e comoção na sociedade e na Igreja. É considerada uma mártir da causa dos pobres.

📸 - Congregação FAD/Arquivo
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14/03/2024

----------> No dia 25 de janeiro de 1983, 𝗝𝗼𝘀𝗲́ 𝗔𝗻𝘁𝗼̂𝗻𝗶𝗼 𝗔𝗹𝘃𝗲𝘀 𝗱𝗼𝘀 𝗦𝗮𝗻𝘁𝗼𝘀, o Kiko, de 11 anos, foi resgatado em Serra Pelada após um mês fora de casa. O menino saiu de sua casa em Guaratinguetá (SP), no dia 24 de dezembro de 1982, onde morava com seu pai José Alves dos Santos, sua madrasta Maria José Soares e os quatro meio-irmãos. A aventura, que começou na Rua Santa Rita, terminou assim que um policial federal o interceptou perambulando pelo garimpo, 𝗮 𝗺𝗮𝗶𝘀 𝗱𝗲 𝟮.𝟰𝟬𝟬 𝗸𝗺 𝗱𝗲 𝗰𝗮𝘀𝗮.

A odisseia que iniciou em São Paulo terminou no Pará, após passar por quatro outros estados: Brasília, Minas Gerais, Mato Grosso e Maranhão. Durante um mês, o garoto viajou escondido em boleias de caminhões, trem, camionete e ônibus.

Depois de ser encontrado em Serra Pelada, Kiko ficou sob a tutela do juizado de Marabá, após ser entregue à Ruth Gurjão, então juíza de direito no município. Foi ela quem realizou os trâmites para que o rapazinho retornasse para casa. A Prefeitura de Marabá pagou a passagem de avião dele até São Paulo.

A aventura do garoto até Serra Pelada, apesar de não encher seus bolsos de ouro, rendeu alguns outros “tesouros”: o menino ganhou uns trocados para comprar uma muda de roupa; seis mil cruzeiros lhe foram doados, além de um par de meias. O retorno de Kiko ao garimpo era dado como garantido, ele mesmo havia deixado claro.

Na época, uma das hipóteses levantadas era de que o menino havia sido atraído pelo filme "Os Trapalhões na Serra Pelada", exibido em 1982.

📷 - Correio de Carajás/Reprodução
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11/03/2024

----------> Domingo, dia 14 de abril de 1985, Adelaide Molinari estava na rodoviária de Eldorado do Carajás, aguardando para retornar à Casa das Irmãs em Curionópolis, enquanto conversava com o delegado sindical Arnaldo Delcídio Ferreira, que estava ameaçado de morte. Sorrateiramente, José Ribamar Rodrigues Lopes, o "Zé da Bomba", sacou a arma e atirou no delegado. A bala o atravessou pelo tórax e atingiu Adelaide no pescoço.

Arnaldo foi socorrido e sobreviveu, mas foi assassinado dentro de casa no dia 2 de maio de 1993, em Eldorado do Carajás, enquanto dormia.

Molinari não teve a mesma sorte. O tiro atingiu uma artéria, levando-a à morte instantânea. Seu corpo foi velado na Igreja Nossa Senhora das Graças, em Curionópolis, para onde o povo acorreu durante os dias 14 e 15 de abril. Na Missa de corpo presente, sua mãe, Dona Cecília, disse: “𝘕𝘰𝘴𝘴𝘢 𝘧𝘪𝘭𝘩𝘢 𝘴𝘦𝘮𝘱𝘳𝘦 𝘥𝘦𝘴𝘦𝘫𝘰𝘶 𝘵𝘳𝘢𝘣𝘢𝘭𝘩𝘢𝘳 𝘤𝘰𝘮 𝘰𝘴 𝘱𝘰𝘣𝘳𝘦𝘴. 𝘌 𝘯𝘰́𝘴 𝘴𝘦𝘮𝘱𝘳𝘦 𝘢 𝘢𝘱𝘰𝘪𝘢𝘮𝘰𝘴. 𝘌𝘴𝘵𝘢𝘮𝘰𝘴 𝘤𝘩𝘰𝘳𝘢𝘯𝘥𝘰 𝘥𝘪𝘢𝘯𝘵𝘦 𝘥𝘦𝘴𝘵𝘢 𝘵𝘳𝘢𝘨𝘦́𝘥𝘪𝘢, 𝘲𝘶𝘦 𝘢𝘪𝘯𝘥𝘢 𝘦́ 𝘥𝘪𝘧𝘪́𝘤𝘪𝘭 𝘥𝘦 𝘢𝘤𝘳𝘦𝘥𝘪𝘵𝘢𝘳. 𝘔𝘢𝘴 𝘰 𝘲𝘶𝘦 𝘦𝘭𝘢 𝘧𝘢𝘻𝘪𝘢 𝘦́ 𝘰 𝘲𝘶𝘦 𝘵𝘰𝘥𝘰𝘴 𝘯𝘰́𝘴 𝘥𝘦𝘷𝘦𝘮𝘰𝘴 𝘧𝘢𝘻𝘦𝘳”.

O sepultamento de Adelaide foi realizado na noite do dia 15 numa sepultura ao lado da mesma igreja, na presença de várias pessoas.

Quanto ao assassino, Zé da Bomba, foi preso, tornou-se réu, mas acabou fugindo para o Rio de Janeiro. Lá, foi capturado em 2003 e, enfim, julgado, quase 20 anos depois. Porém, Zé foi absolvido por um júri popular marcado por várias irregularidades, poucos meses antes de esgotar o tempo regulamentar de julgamento.

Desde então, a comunidade clama por justiça e dá voz a sua causa.

📸(1 a 3) - Internet/Reprodução (1985)
📷(4) - Folha de SP/Reprodução
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10/03/2024

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08/03/2024

----------> O presidente do Sindicato dos Garimpeiros de Serra Pelada (SINGASP), 𝗔𝗻𝘁𝗼̂𝗻𝗶𝗼 𝗖𝗹𝗲̂𝗻𝗶𝗼 𝗖𝘂𝗻𝗵𝗮 𝗟𝗲𝗺𝗼𝘀, foi assassinado por um pistoleiro com 5 tiros na sede da entidade, em Curionópolis. O crime aumentou a tensão entre dois grupos rivais de garimpeiros que disputavam o direito de explorar a área do garimpo.

De um lado estavam os mineiros representados pelo SINGASP, que residiam fora da vila desde quando o garimpo fechou e que não se consideravam representados pela cooperativa. Alguns destes estiveram acampados em Curionópolis e Marabá desde março de 2002, e prometiam invadir Serra Pelada se a briga não fosse resolvida pelo presidente da República.

Do outro lado estavam os garimpeiros ligados à Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra Pelada (COOMIGASP), comandada pelo grupo do prefeito Sebastião Curió, e que se declaravam os legítimos "donos" depois que o Congresso Nacional aprovou a reabertura do garimpo, que antes pertencia à empresa Vale S.A.

A situação piorou após o assassinato de Clênio no dia 17 de novembro de 2002, repercutindo nacionalmente à época. "𝘚𝘦 𝘢𝘭𝘨𝘶𝘮𝘢 𝘤𝘰𝘪𝘴𝘢 𝘢𝘤𝘰𝘯𝘵𝘦𝘤𝘦𝘳, 𝘢 𝘤𝘶𝘭𝘱𝘢 𝘴𝘦𝘳𝘢́ 𝘥𝘰 𝘊𝘶𝘳𝘪𝘰́", dizia o sindicalista dias antes de ser morto. Em entrevista na época, Curió se eximia de qualquer conflito que viesse a ocorrer. Após o assassinato, o Exército Brasileiro ocupou Serra Pelada para impedir conflito entre os quase 10 mil garimpeiros.

Josivaldo de Oliveira Barros, conhecido como Nego Josa, acusado pelo assassinato do sindicalista, foi preso em 2002 na casa de uma namorada, em Imperatriz (MA). Ele confessou o crime e apontou os envolvidos: o prefeito Curió (mandante), o traficante Matias Rosa (contratante) e o assessor João Batista (intermediário).

Josa foi assassinado em 2004 antes de ir a julgamento. Curió nunca foi indiciado e morreu em 2022. Matias está desaparecido desde o ocorrido e João foi inocentado por duas vezes.

📷(1) - Estadão/Reprodução
📷(2) - Jornal do Brasil/Reprodução
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Revista30

18/07/2024

11/07/2024

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