
07/01/2023
Algumas pessoas são capazes de dissimular o modo como são. Por vezes, anunciam práticas e ideias que não têm, com a intenção de ludibriar os outros.
Esse distanciamento interior causa uma ruptura entre a intenção e aquilo que se expressa. Há uma ausência de sinceridade. Muitas vezes, isso é feito de modo educado, polido para lustrar aquilo que será um engano.
O filósofo francês Jean de La Bruyère (1645-1696), na obra “As personagens”, também traduzida como “Os caracteres”, escreveu: “A polidez nem sempre inspira a bondade, a equidade, a complacência, a gratidão. Mas, pelo menos, dá-lhes a aparência e faz aparecer o homem por fora como deveria ser por dentro”.
Claro que La Bruyère está dizendo que a polidez disfarça um pouco, mas esse disfarçar não é correto.
Mais reflexões sobre autenticidade podem ser lidas em “Filosofia e nós com isso?” (Vozes, 134 pág.)