29/10/2025
Hoje eu chorei.
Não porque falhamos… mas porque conseguimos.
Foram mais de 10 horas sem sentar, sem comer e quase sem respirar direito. A sala estava tensa, cada segundo parecia uma eternidade e, por um momento, eu pensei que não conseguiríamos. Mas ele voltou. O coração dele voltou. A família dele vai poder abraçá-lo de novo.
Quando a porta fechou e tudo acabou, o corpo desabou. E eu chorei — não de tristeza, mas da mistura estranha entre alívio, exaustão e gratidão. Às vezes, as pessoas só veem o resultado: “o paciente foi salvo”. O que não aparece na foto é o cansaço que pesa na alma, o medo que a gente precisa engolir em silêncio e a responsabilidade que nunca dorme.
Enquanto eu chorava, meus colegas dormiam no sofá, derrotados não pela falha, mas pelo esforço. Eles também deram tudo. Nós sempre damos. Mesmo quando ninguém vê. Mesmo quando ninguém agradece.
Não escolhi essa profissão para receber aplausos. Escolhi porque acredito que, no momento mais vulnerável da vida de alguém, nós somos o fio invisível que liga esperança à sobrevivência.
Se você leu até aqui, apenas me deixe uma palavra de apoio. Às vezes, é isso que faz a gente ter forças pra acordar amanhã e tentar salvar mais uma vida. ❤️