04/09/2025
Um caso de racismo dentro de um colégio mobilizou a Polícia Militar nesta terça-feira (2) em Curitiba. Um estudante , de 15 anos, foi alvo de ofensas racistas de colegas no Colégio Máximo Asinelli, localizado no bairro Uberaba.
Segundo a mãe da vítima, três alunos teriam participado do ataque, e a frase utilizada para humilhar o adolescente foi: “macaco tem que ficar na jaula”. Um dos envolvidos, de acordo com a mãe, é filho de policial. “Eles saíram rindo da situação. É inacreditável que aconteça dentro de uma escola”, desabafou.
Indignada com a postura da escola, que informou apenas que o aluno acusado havia recebido uma advertência interna, a mãe foi pessoalmente até o colégio e exigiu a presença da Polícia Militar para registrar flagrante de injúria racial.
Nas redes sociais, a mulher relatou o episódio e criticou a lentidão no atendimento:
“Quem quiser o vídeo inteiro eu chegando no colégio e solicitando uma viatura para flagrante de injúria racial contra meu filho de 15 anos de pele escura e eles só enrolando para dar sequência no atendimento, para eu desistir e sair dali. Foram 3 alunos, um deles o pai é policial, e saíram rindo. A brincadeira era: ‘macaco tem que ficar na jaula’. Será que o Brasil tem alguma lei????”
Após horas de espera, a Polícia Militar compareceu ao colégio e encaminhou todos os envolvidos à delegacia, onde foi registrado o boletim de ocorrência por injúria racial.
Possíveis desdobramentos legais
O aluno acusado pode responder por ato infracional análogo ao crime de injúria racial, com aplicação de medidas socioeducativas pela Vara da Infância e Juventude. Os pais do estudante, por sua vez, podem ser responsabilizados civilmente, inclusive com pagamento de indenização por danos morais.
A instituição de ensino, caso seja comprovada omissão no atendimento ao caso, pode enfrentar processos administrativos e ações judiciais, além de ser investigada pelos órgãos competentes da Secretaria de Educação. Procurada, a direção do colégio não quis se pronunciar sobre o ocorrido. (O Espaço segue aberto)
O caso segue sob investigação, e a família afirma que vai acompanhar de perto todas as providências para garantir responsabilização.