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Ouvi o canto do Uirapurú

Era noite do dia 03 de abril, no Rio de Janeiro, centro, Cinelândia, Teatro Rival, lá estava eu para ver despretensiosamente o show de Sandra Duailibe. Devagar eu descia as escadas e descobria, conhecia mais um local, ícone das artes, do Rio de Janeiro. Acomodei-me em uma das mesas, pedi um petisco, olhava o público entrando, regulei minha máquina fotográfica e, descontraidamente, conversava com meus amigos de mesa à espera da estreia.
As luzes se apagam, início do show. Ao abrirem-se as cortinas, já percebi que estava diante de um espetáculo único, “Da Amazônia”, pássaros cantavam-me aos ouvidos, ou seriam querubins? A magia da Amazônia tomou conta do velho Rival, já com 90 anos. Difícil foi saber se fotografava ou assistia ao show, mas, como se sentimentos conversassem, os cliques queriam refletir imagens de sons, de aplausos e paixões.
Músicas como “Uirapuru”, do maestro Waldemar Henrique, “Foi assim”, da dupla paraense Paulo André e Ruy Barata, outras de João Donato e muito mais, fizeram do Show um deliciosos caminhar pelo nosso Brasil. Sandra Duailibe também dividiu o palco com dois grandes músicos e compositores Vital Lima e Lucina, que nos encantou com o tambor em clima de ancestralidade já ali presentes.
Fim do espetáculo, e que espetáculo! Amigos não podem elogiar muito, pois são suspeitos, mas espero que esse show “Da Amazônia” circule pelos estados e que confirme-se o sucesso, não por mim, mas pelo público de todo Brasil. Que nossa Amazônia seja sempre cantada em versos e prosas mundo afora.