24/08/2025
Médica do Hospital Albert Schweitzer compara paciente a Preta Gil e aconselha esposa a “deixá-lo partir”
Esposa denuncia conduta médica em hospital municipal do Rio e cobra mais ética e humanidade no atendimento; família aguarda há três dias procedimento para aliviar falta de ar de paciente com câncer
Um vídeo que circula nas redes sociais escancarou a dor de uma família e a crise de humanidade na saúde pública do Rio. A esposa de um paciente com câncer, internado no Hospital Municipal Albert Schweitzer, em Realengo, relatou que uma médica lhe aconselhou a “deixar o marido partir” ou até mesmo “sufocar” diante de uma intercorrência, alegando que ele estaria “quase terminado”.
O relato ganhou contornos ainda mais revoltantes quando a médica teria citado a cantora Preta Gil durante a conversa — um comentário visto como inoportuno e desrespeitoso diante da gravidade da situação.
Espera angustiante
O paciente enfrenta acúmulo de líquido nos pulmões e luta para respirar. A solução médica — drenagem — é conhecida, mas a família afirma que aguarda há três dias a chegada de um cirurgião. Cada hora de espera aumenta o risco de agravamento.
Indignada, a esposa confrontou a médica, questionando o juramento hipocrático e lembrando que, enquanto a fé da família permanece firme, cabe à medicina agir. “A senhora cumpre a sua parte e deixa a fé com a gente”, afirmou em vídeo.
Um hospital marcado por falhas
O Albert Schweitzer, que já foi estadual e hoje é administrado pela Prefeitura do Rio, acumula histórico de problemas: filas, denúncias de má gestão e atrasos em procedimentos básicos. A unidade, que deveria ser referência para a Zona Oeste, se vê novamente no centro de uma polêmica pela falha no atendimento.
Repercussão nas redes
O vídeo mobilizou centenas de comentários. Muitos internautas se solidarizaram com a família e criticaram a postura da médica:
• “É desumano ouvir uma coisa dessas de quem jurou salvar vidas”, escreveu uma usuária.
• “Se fosse parente dela, será que diria a mesma coisa?”, questionou outro.
• “Vergonha para a saúde pública do Rio. O mínimo é tratar com respeito”, comentou mais um.
Outros lembraram que o Albert Schweitzer é alvo recorrente de denúncias:
• “Esse hospital já foi referência, hoje é sinônimo de descaso.”
• “Não é a primeira vez que ouvimos absurdos vindos desse lugar.”
A indignação popular pressiona a Prefeitura do Rio e o Cremerj a darem respostas rápidas.
Cobrança de providências
O caso levanta questionamentos urgentes. A Prefeitura do Rio precisa se pronunciar sobre a demora na drenagem pulmonar e sobre a conduta médica relatada. A população quer respostas: é aceitável que um paciente seja abandonado em um leito hospitalar?
O Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) também é chamado a agir. Fiscalizar a prática médica e zelar pelo cumprimento da ética são suas atribuições. Diante de um relato tão grave, o silêncio do órgão só reforça a sensação de impunidade.
Ética não pode esperar
Mais que tratamento, o que se espera da saúde pública é dignidade. Médicos não podem ditar a hora da partida, mas sim lutar até o limite da ciência, deixando a fé e a esperança com quem as carrega. Quando a frieza substitui o cuidado, morre junto a confiança da sociedade em seu sistema de saúde.
Com a palavra o prefeito do Rio Eduardo Paes
Nossa coluna aguarda respostas, assim como a sociedade carioca.
Por: Arinos Monge
Fonte: Instagram