02/04/2025
Mistério no parto: Grávida que esperava gêmeos recebeu apenas um bebê no Rio de Janeiro
Um caso intrigante e preocupante na saúde pública do Rio de Janeiro veio à tona nesta semana. Kathelen Tavares, que realizou todo o pré-natal com exames confirmando uma gestação gemelar, deu à luz apenas um bebê no Hospital Municipal Mariska Ribeiro, em Bangu. O caso gerou grande repercussão e passou a ser investigado pela Polícia Civil após a denúncia da mãe.
De acordo com os laudos do pré-natal, exames apontavam a presença de dois fetos, com batimentos cardíacos distintos e até medidas diferentes de fêmur. Durante meses, Kathelen se preparou para receber suas duas filhas, acompanhando toda a gestação com consultas regulares na Clínica da Família. No último ultrassom realizado no próprio hospital antes do parto, a indicação de dois bebês foi confirmada novamente.
No entanto, na última sexta-feira (28), quando a bolsa rompeu, Kathelen foi levada às pressas para a sala de cirurgia. Como o procedimento precisava ser rápido, nenhum parente pôde acompanhá-la no momento do parto. Segundo a mãe, tudo aconteceu muito rápido:
"Me mandaram separar duas roupas para os bebês, tomei anestesia e fiquei deitada. Escutei o choro de uma, colocaram em cima de mim. Depois falaram que não tinha outro bebê e não me explicaram mais nada."
Os registros do hospital também indicavam uma gestação gemelar, mas a declaração de nascido-vivo entregue à mãe confirmava apenas um bebê. A família, sem respostas, registrou o caso na 34ª DP (Bangu), que já solicitou documentos da unidade hospitalar e imagens das câmeras de segurança. O diretor do hospital foi intimado a prestar depoimento, e a mãe será ouvida novamente nos próximos dias.
Secretário de Saúde Diz que Houve Erro no Laudo
Diante da repercussão do caso, o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, declarou nesta terça-feira (1º) ao Bom Dia Rio que a gestante teria recebido um laudo incorreto no início da gestação. Segundo ele, exames confundiram os batimentos cardíacos e o s**o gestacional, o que levou à falsa impressão de que Kathelen esperava gêmeos.
"Foi uma cesariana com equipe completa, e só havia um bebê e uma única placenta. O que aconteceu foi um erro no primeiro ultrassom, onde foram captados batimentos em dois pontos diferentes do abdômen", afirmou Soranz.
Para esclarecer de vez a polêmica, a placenta retirada no parto foi enviada para perícia. Além disso, o secretário afirmou que fotografias do procedimento foram feitas para garantir que havia apenas um feto.
Mistério ou falha médica?
O caso de Kathelen levanta dúvidas sobre a qualidade dos exames realizados na rede pública e reforça a insegurança de muitas gestantes que dependem do SUS. Se houve um erro no laudo, por que a gestação gemelar foi confirmada em exames subsequentes? Se não houve erro, onde está o segundo bebê?
A resposta pode estar nos laudos periciais, que devem esclarecer se houve falha técnica nos exames ou um erro médico mais grave. Enquanto isso, a angústia da família continua – e o Rio de Janeiro acompanha mais um capítulo da crise na saúde pública.
Fonte: RJTV/G1
Por: Arinos Monge.