
08/08/2025
Por: Ex presidente José Sarney Com a maior satisfação tenho a consciência de que participei com Raul Alfonsín, a quem sempre reverencio, da exclusão do Brasil e da América do Sul da corrida nuclear mundial, a mais fatal de todas as corridas, enquanto existir na face da Terra uma arma nuclear.
A declaração mais séria que presenciamos nessa desbragada guerra de palavras a que estamos assistindo foi para mim a declaração do ex-presidente da Rússia, Dmitry Medvedev, porta-voz do Sr. Putin para declarações dessa natureza, ameaçando os EUA com o arsenal nuclear russo. Por sua vez, o sempre irreverente Trump desloca dois submarinos nucleares, portadores de bombas atômicas, para posição estratégica em direção ao seu inimigo nuclear. Ambos devem saber que tal confronto é impossível porque seria não só o desaparecimento deles como de grande parte do mundo. Nós sabemos que essas potências — Rússia e USA — possuíam Estados Maiores que não deixariam esses irresponsáveis fazer coisas como essa de deflagrar um confronto, mas a situação interna dos dois países hoje saiu das mãos dos militares e depende apenas da vontade dos dois presidentes. Assim, o que nos preocupa é que essa retórica está indo num crescendo que pode fugir do controle.
Essa troca de ameaças, por coincidência, ocorre quando o mundo relembra, neste 6 agosto, o 80º Aniversário da Tragédia de Hiroshima, em que morreram 140 mil pessoas e outras tantas sobreviventes foram atingidas pela radiação, dando sinal do que ocorrerá com a humanidade quando forem lançadas as oito mil bombas que estão armazenadas pelas duas potências adversárias. A de Hiroshima era uma bomba pequena e a primeira do mundo. Calculemos o que serão as atuais de hidrogênio e com capacidade de destruição incalculáveis! Continua nos comentários 👇🏼