
14/06/2025
Whey do Brasil Alimentos é inaugurada em Palmeira das Missões
- No local da indústria (área foi ampliada), funciobana na empresa Nestlé.
Foi oficialmente inaugurada nesta sexta-feira (13), no km 09 da BR-468, em Palmeira das Missões, uma das maiores e mais tecnológicas plantas de produção de soro em pó e compostos lácteos da América Latina. Com início da produção em abril, a Whey do Brasil é formada por oito empresas produtoras de queijo. O consórcio resulta na capacidade de produção de 1,4 milhão de litros por dia, que serão transformados em 100 toneladas de soro em pó por dia. A inauguração teve a presença do governador Eduardo Leite.
O investimento da empresa foi de R$ 250 milhões, cujo projeto foi aprovado pelo Fundopem para obtenção de redução de ICMS nos próximos anos. "É um projeto que vínhamos trabalhando para viabilizar há alguns anos. Durante muito tempo o soro do leite resultante da produção de queijo era um problema para o produtor. Era descartado com alto risco poluente. Hoje, é uma grande oportunidade para a cadeia do leite gaúcho, e especialmente para os pequenos produtores terem maior valor agregado ao seu produto", diz o empresário Wlademir Dall'Bosco, presidente da Mandaká Alimentos, uma das integrantes do consórcio Whey do Brasil.
Fazem parte do grupo ainda a Friolak, de Chapada, Doceoli, de Santo Cristo, Frizzo, de Planalto, São Luís, de Marau, Kiformaggio, de Nonoai, Paladar da Serra, de Guaporá e Stefanello, de Rodeio Bonito. Todas empresas são integrantes da Associação das Pequenas Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul (Apil). De acordo com Dall'Bosco, o soro resultante destas oito produções de leite será absorvido em sua totalidade pela Whey do Brasil, mas também representará mais oportunidade para o setor no Norte do Estado.
Dall'Bosco, que já presidiu a Apil, diz que a meta do consórcio é buscar mais leite do setor. “Nossa ideia é estimular o processo produtivo com melhoria técnica e de eficiência no campo", explica. Para que se tenha uma ideia, a cada quilo de queijo produzido, restam 9 litros de soro de leite. Já há indústrias processadoras deste produto no Rio Grande do Sul, mas esta será a primeira experiência deste grupo de empresas neste setor. Há perspectiva de gerar 150 empregos diretos e mais de 200 indiretos.
A empresa foi instalada em um em um parque de 25 mil metros quadrados. O local era um ponto de recebimento de leite da Nestlé. Sairão dali soro em pó comum e desmineralizado, obtidos a partir da secagem do soro do leite, além dos compostos lácteos que servem desde ao produto final nas prateleiras às indústrias de panificação e de sorvetes, por exemplo. "É uma indústria com importância para fornecermos produto final ao consumidor, com preços mais em conta, e também matéria prima para uma vasta cadeia industrial, desde a indústria alimentar até insumos para produção animal", explica Dall'Bosco.
Entre os valores da Whey, está a sustentabilidade em todos os processos da produção, desde a produção de um subproduto que degradaria o meio ambiente, até o reaproveitamento da água e a cogeração de energia solar.
Foto: Maurício Tonetto/Secom
LICENÇA DE OPERAÇÃO
Em solenidade realizada no dia 13 de junho), na sede da Whey do Brasil Alimentos S/A, em Palmeira das Missões, o governador Eduardo Leite entregou à empresa a atualização da Licença de Operação (LO 02400/2025), concedida pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). O documento autoriza a ampliação da área da planta industrial e permite a continuidade das atividades de beneficiamento e industrialização de leite e seus derivados no município do Noroeste gaúcho.
“Esse empreendimento representa muitos símbolos importantes para o nosso Estado”, afirmou Leite. “Destaco o empreendedorismo dessas sete empresas que se associaram para agregar valor à produção, com aproveitamento total do insumo e transformação de passivos ambientais em riqueza. Além disso, trata-se de uma planta genuinamente gaúcha, com investimentos feitos aqui, movimentando a nossa economia e demonstrando a força do setor leiteiro e agroindustrial do Rio Grande do Sul", acrescentou o governador.
O documento da Fepam, órgão vinculado à Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), assegura a regularidade ambiental da operação. O empreendimento está localizado na Rodovia BR-468, km 9, na localidade de Três Capões, e ocupa uma área total de 550 mil metros quadrados, com 17.337,12 metros quadrados de área construída e 54.700,18 metros quadrados de área útil. A operação da planta, que recebeu do Badesul Desenvolvimento – vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec) – um financiamento de R$ 24,8 milhões, deve gerar cerca de 150 empregos diretos, contribuindo significativamente para a economia local e regional, com impacto positivo sobre a cadeia produtiva do leite.
Durante a entrega, o presidente da Fepam, Renato Chagas, destacou a relevância do momento para o desenvolvimento regional com responsabilidade ambiental. “A concessão dessa licença demonstra que é possível conciliar o crescimento industrial com a preservação do meio ambiente. Estamos viabilizando um projeto de grande impacto econômico, com segurança técnica e dentro das exigências legais”, afirmou.
A licença concedida tem validade até 6 de fevereiro de 2028 e autoriza uma capacidade produtiva mensal expressiva, incluindo até 3,5 mil toneladas de leite em pó integral, 2,7 mil toneladas de leite em pó desnatado, 2,5 mil toneladas de composto lácteo de gordura animal, 1,7 mil toneladas de composto lácteo de gordura vegetal e 1,8 mil toneladas de soro em pó. A estrutura industrial conta com modernos equipamentos, como caldeiras, desnatadeiras, pasteurizadores, sistemas de evaporação e secagem tipo spray dryer, homogeneizadores, tanques e silos de grande capacidade, além de linhas de envase com alto desempenho operacional.
As etapas do processo produtivo autorizadas pela licença compreendem desde a recepção da matéria-prima (leite cru ou soro) passando por resfriamento, armazenamento em silos, desnate, padronização da gordura, pasteurização, evaporação e secagem, até o envase e a expedição dos produtos. Em caso de qualquer modificação no processo produtivo, implantação de novas linhas, ampliação de área ou aumento de produção, a empresa deverá solicitar novo licenciamento à Fepam, conforme prevê a regulamentação vigente.
A licença estabelece também uma série de condições ambientais que a empresa deverá cumprir. Entre elas destaca-se a obrigação de realizar auditoria ambiental a cada dois anos, com entrega do relatório técnico à Fepam, além da manutenção do Cadastro Técnico Federal no Ibama.
Antes da solenidade, o governador participou de uma reunião com a direção da empresa e representantes da Associação das Pequenas e Médias Indústrias de Leite do Rio Grande do Sul. O grupo apresentou ao governador a demanda por uma política de incentivo e de financiamento para ampliar a produção leiteira e a competitividade do setor no país.
“Somos conscientes de que o Estado tem um papel fundamental no estímulo à produção leiteira”, disse Leite. “Já temos políticas em andamento, como o Bônus Mais Leite e a Operação Terra Forte, que destina R$ 300 milhões para custeio e insumos. Mas entendemos o apelo do setor por uma política mais ambiciosa e articulada, do início ao fim da cadeia. Temos total disposição para avançar nesse diálogo”, complementou.
Informações ESTADO RS/ Jornal do Comércio e Jornal RS NORTE