
22/08/2025
Em 12 de agosto de 1985, ocorreu um dos episódios mais trágicos da aviação: o acidente do voo Japan Airlines 123, considerado até hoje o desastre aéreo mais grave envolvendo apenas uma aeronave. O avião, um Boeing 747SR adaptado para transportar um grande número de passageiros, decolou de Narita, em Tóquio, levando 524 pessoas a bordo. Pouco após a partida, ninguém imaginava que aquela viagem terminaria de forma tão devastadora.
Apenas doze minutos depois da decolagem, os pilotos declararam emergência ao perceberem que a aeronave estava fora de controle. Uma falha estrutural provocou uma descompressão explosiva, arrancando a seção traseira e danificando todos os sistemas hidráulicos, responsáveis pelo comando do jato. Mesmo com enorme esforço da tripulação, que conseguiu manter o avião voando por cerca de meia hora, a aeronave passou a realizar movimentos instáveis e descoordenados, impossíveis de corrigir.
Durante esse tempo angustiante, alguns passageiros chegaram a escrever mensagens de despedida, conscientes da gravidade da situação. O avião acabou colidindo contra uma região montanhosa e de difícil acesso na província de Gunma. As equipes de resgate só alcançaram o local no dia seguinte, encontrando apenas quatro sobreviventes, todos posicionados nas últimas fileiras — possivelmente favorecidos pela vegetação e pela localização dos assentos.
O atraso no socorro gerou polêmica, já que exames posteriores indicaram que algumas vítimas poderiam ter sobrevivido com atendimento imediato. Ao todo, 520 pessoas perderam a vida, número que ainda hoje representa o maior acidente de um único avião na história.
As investigações concluíram que a causa foi a ruptura de uma antepara reparada de forma inadequada anos antes, após um incidente de tail strike. A falha no reparo enfraqueceu a estrutura, resultando na falha catastrófica. O episódio trouxe consequências severas para a companhia aérea, incluindo suicídios e demissões de funcionários envolvidos.
Mesmo com a atuação considerada excepcional da tripulação, os danos eram irreversíveis. O acidente do voo JAL 123 permanece como um marco trágico da aviação, lembrando a importância da manutenção rigorosa e do cumprimento absoluto de procedimentos técnicos para garantir a segurança aérea.