Gutembergue Oliveira

Gutembergue Oliveira Médico paliativista e intensivista, inspiro com histórias da UTI sobre viver plenamente. Viva intensamente; cada momento importa.

Aprendi com a perda dos meus avós que a morte nos lembra de valorizar cada dia. 🥼Trabalho com à morte e te ensino a valorizar a vida. Clique no link e conheça nosso canal👇
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Um dia você está planejando as férias, no outro, esperando o resultado de uma biópsia.A normalidade é uma ilusão confort...
11/10/2025

Um dia você está planejando as férias, no outro, esperando o resultado de uma biópsia.

A normalidade é uma ilusão confortável que pode ser desfeita por um único laudo.
O chão some, e o futuro, que parecia uma estrada segura, vira um abismo de incertezas.
�É no corredor do hospital, entre um diagnóstico e uma nova esperança, que descobrimos o que realmente importa.

Os problemas que nos preocupavam ontem perdem o sentido.

E o que sobra é o essencial: o amor que sustenta, a mão que segura, o presente que se torna um tesouro.
�A vida não nos avisa. Ela apenas vira a página.
E nos lembra, de forma brusca, que o agora é tudo o que temos de concreto.

Que história você está escrevendo nos intervalos da sua rotina?

A que vale a pena ser lembrada, caso tudo mude amanhã?

10/10/2025

A mãe dos outros também é o amor da vida de alguém. 🩺❤️👵

Há uma pergunta que todo profissional de saúde deveria fazer a si mesmo diante de cada leito: "Se fosse minha mãe, eu faria diferente?".
�A verdadeira empatia na medicina não está nos gestos bonitos ou nas palavras cuidadosas.
Está na prescrição do antibiótico no tempo certo, no pedido do exame necessário, no procedimento que não foi adiado.
Está no tratamento que ofereceríamos aos nossos próprios familiares.
�Muitos querem morrer em casa, com dignidade.
Mas a morte digna começa muito antes - no cuidado diário, no respeito cotidiano, na humanidade que não faz distinção entre "minha família" e "a família dos outros".

Que possamos construir uma medicina onde cada paciente seja tratado como o amor da vida de alguém - porque é.

O relógio para. A respiração cessa. Os anos contados chegam ao fim.Mas e o eco de um amor verdadeiro? Esse permanece, re...
09/10/2025

O relógio para. A respiração cessa. Os anos contados chegam ao fim.

Mas e o eco de um amor verdadeiro? Esse permanece, reverberando na memória que ajeita a saudade, no hábito que ainda espera pela presença, no jeito que herdamos de quem se foi.
�A finitude pode levar a pessoa, mas não leva o que foi construído.
O carinho trocado, os ensinamentos passados, o afeto que moldou quem somos – isso se torna um legado imune à ação do tempo.

É a herança invisível e eterna que carregamos na alma.
�Amar, então, é a única forma de criar algo que a morte não pode tocar.
É plantar um jardim no coração dos outros que continuará florindo, mesmo depois de nossa partida.

Qual o amor que você está plantando hoje e que deseja que seja eterno?

08/10/2025

Ela escolheu o seu último momento. E a vida respeitou. ✨🕊️❤️

“Doutor, eu vou morrer aqui.” Ela não pediu por mais um procedimento. Pediu pelo filho. E depois, por paz.

É num daqueles momentos que a ciência não explica, assim que o menino saiu do quarto – sem que a sedação fosse aprofundada –, seu coração parou.

Como se sua missão estivesse completa.
�O marido, que a amava de um modo raro, não se virou para o monitor.
Apenas sussurrou: “Descansou”. E seguiu em frente, carregando uma dor que não era aliviada, mas resignif**ada.

Aquele não era um adeus feliz – era um adeus digno.
�A morte não foi evitada, mas acolhida.
E nesse gesto, uma família transformou uma tragédia em um legado de amor e coragem. A dor da perda era menor que a dor de vê-la sofrer.

Isso não é desistir.

É a mais profunda forma de cuidado: trocar o prolongamento do sofrimento pela dignidade do último suspiro.

**ação

07/10/2025

A despedida mais corajosa não é a que espera a morte, mas a que escolhe a paz. 🕊️❤️‍🩹

Ela sabia.
Enquanto seus pulmões enchiam de água e a dor consumia cada instante, sua lucidez era mais forte que qualquer prognóstico.

"Vou morrer aqui", disse, não com medo, mas com a certeza de quem já havia aceitado a própria travessia.
�Sua última vontade não foi por mais tratamento, mas por um momento de verdade: abraçar o filho pela última vez, com o pouco de vida que ainda restava em seus olhos.

E depois, pedir para descansar.

Sedação não como rendição, mas como ato final de amor próprio – a escolha de trocar o sofrimento inevitável pela dignidade do silêncio.
�Às vezes, o maior cuidado é ouvir quando o paciente sussurra: "chega".
É respeitar seu timing, sua dor, sua coragem de partir com os olhos abertos.

Quantos de nós teríamos a mesma bravura para definir nosso último suspiro?

Insistimos em guerras impossíveis contra o tempo, contra diagnósticos, contra a biologia.Acreditamos, com um heroísmo do...
07/10/2025

Insistimos em guerras impossíveis contra o tempo, contra diagnósticos, contra a biologia.

Acreditamos, com um heroísmo doloroso, que a força de vontade pode tudo.
Mas a verdadeira sabedoria começa quando reconhecemos que certos cursos são inexoráveis.
�Há uma coragem maior do que lutar: é a coragem de soltar.

De trocar a batalha fútil pelo cuidado digno.
De entender que a nossa missão, às vezes, não é impedir a passagem, mas iluminar o caminho até a despedida.
�Isso não é derrota.

É uma mudança de foco: da cura do corpo, para a paz da alma.

Do prolongamento da agonia, pela qualidade do tempo que resta.

Será que a maior vitória, em algumas jornadas, é saber honrar a vida aceitando seu fim com graça e serenidade?

06/10/2025

Amar não é possuir. E viver não é depender. 💔➡️❤️‍🩹

Há uma verdade dura, mas necessária: nossa vida não pode ser a vida de nossa mãe, de nosso pai ou de nosso cônjuge.
Eles são capítulos centrais da nossa história, mas não podem ser o livro inteiro.
Quando fazemos de um amor humano o único pilar do nosso existir, construímos nossa casa sobre um alicerce de areia.
�A dor da perda é inevitável.

Mas o desespero que paralisa é sinal de que confundimos amor com dependência.

O processo natural da vida é que os pais partam antes de nós.
A grande questão não é se vamos perdê-los, mas como estamos vivendo além deles.
�A espiritualidade e a fé nos conectam com um propósito maior, que não morre.
E cultivar um sentido que vá além dos amores terrenos não é desvalorizá-los – é garantir que, quando a partida acontecer, nossa própria vida não desabe junto.

O desafio é amar profundamente, mas com as mãos abertas.

Saber que tudo é empréstimo, e que nosso verdadeiro propósito precisa ter raízes mais profundas do que qualquer ser humano.

O abraço fala onde as palavras calam. 🤐➡️🤗❤️Há dores que não cabem em frases.Lutos, despedidas, notícias que partem a al...
04/10/2025

O abraço fala onde as palavras calam. 🤐➡️🤗❤️

Há dores que não cabem em frases.

Lutos, despedidas, notícias que partem a alma ao meio.
É no território do indizível que o abraço surge como a primeira e a última linguagem.
Ele não tenta explicar, consertar ou minimizar.

Ele apenas sustenta.
�É no colapso entre o que se sente e o que se consegue dizer que um abraço apertado sussurra: "Você não está sozinho nisso".

É um porto seguro feito de braços, um conforto que não exita resposta.
Enquanto a mente busca um sentido, o corpo já encontrou seu refúgio.
�Num mundo de excesso de palavras, o silêncio acolhedor de um abraço é um ato revolucionário de cuidado.

A medicina, muitas vezes, se perde em explicações técnicas.
Mas o cuidado paliativo de verdade sabe que, em certos momentos, o remédio mais potente não vem em frascos.

Quantas vezes hoje a sua presença silenciosa foi mais necessária do que qualquer conselho?

03/10/2025

Ele já sabia.

Enquanto nós lutávamos por mais tempo, ele sussurrava sua verdade: "Vou morrer aqui." 🍃👴❤️

Às vezes, o corpo conhece um caminho que a medicina se recusa a enxergar.
Um senhor, com os rins já sem função e as veias esgotadas para diálise, já havia aceitado sua travessia.

Nós, com nossos protocolos e esperanças, ainda insistíamos.
Mas ele, em sua sabedoria silenciosa, já se despedira.
�Na madrugada, seu corpo confirmou o que seu espírito já anunciava.

E o mais profundo: sua família, em casa, sentiu.
No exato momento, um aperto no coração, um pressentimento.

A ciência não explica, mas o coração que ama parece sintonizado com a finitude do outro.

Essa história não é sobre a falência de um rim.
É sobre a sabedoria intuitiva da vida que se prepara para partir, e dos laços que transcendem a matéria, anunciando a despedida muito antes do último suspiro.

A pergunta que f**a: será que, no fim, o corpo não é apenas o último a receber a notícia que a alma já sabe?

Vivemos como se fôssemos eternos.Adiamos conversas, guardamos carinhos, poupamos abraços.Acreditamos, no fundo, que há t...
03/10/2025

Vivemos como se fôssemos eternos.

Adiamos conversas, guardamos carinhos, poupamos abraços.
Acreditamos, no fundo, que há tempo de sobra.
Mas a verdade mais crua e bela é que tudo aqui é emprestado. Cada respiro é um empréstimo do agora.
�Essa consciência não precisa ser um peso.

Ela pode ser o convite mais urgente para viver com intensidade.
Para escolher o que realmente importa.
Para não adiar o "eu te amo", o "me desculpe" ou o "estou aqui".
�A morte não é o oposto da vida.

É o que dá sentido à travessia.

Lembrar que o tempo é curto é a maneira mais sábia de torná-lo profundo.

A pergunta que f**a ecoando é: se você soubesse que este é um dos últimos dias, o que você deixaria de fazer... e o que você começaria a ser? 🤔❤️

02/10/2025

Às vezes, o maior ato de cuidado é abandonar as palavras. 🤐❤️🕊️

Esta história começa com um exame de sangue anormal. Em uma menina de 14 anos.
Em poucos dias, uma infecção avassaladora tomou seu corpo.
A medicina fez sua dança: antibióticos, tomografias, biópsias.

Mas a vida, frágil, seguiu seu curso inexorável.
�A parte mais difícil não foi a batalha médica. Foi contar para uma mãe que sua única filha, um milagre conquistado após uma década de orações, havia partido.

A pergunta dela ecoa até hoje: "Por que Ele está tirando ela de mim?"
�Não há resposta.

Não há explicação que console uma dor dessas.

Naquele limiar entre a vida e a morte, a única intervenção verdadeira foi o silêncio.
Foi a coragem de não oferecer um cliché, mas um ombro. Um abraço.

Uma presença que sussurra, sem palavras: "Você não está sozinha na sua dor".

O silêncio não é uma rendição. É um abrigo.

E, diante de algumas perguntas, é a única resposta honesta que podemos dar.

01/10/2025

Envelhecer não é adoecer. Mas a fragilidade, sim. 💔👴🏻➡️🍂

Aquele avô que vai "definhando" em silêncio, perdendo o vigor e o interesse pela vida, não está "só f**ando velho".
Ele pode estar enfrentando a Síndrome da Fragilidade, uma doença grave que rouba a força e anuncia o fim. E contra ela, o melhor tratamento é a prevenção.
�A verdade que precisa ser dita: o maior garantidor de uma velhice com independência e vida não é um remédio, mas a massa muscular.

💪🧠 Músculo sustenta a funcionalidade, protege o cérebro e afasta a fragilidade.
E isso se constrói hoje.
�Há uma diferença crucial: o médico é um profissional da doença, focado em reparar o que já quebrou.

O verdadeiro profissional da saúde é aquele que te ajuda a não quebrar – e isso começa com escolhas diárias de movimento, sono e alimentação.

Cuidar do corpo não é vaidade, é o ato mais profundo de cuidado paliativo que você pode fazer por seu "eu" futuro.

A pergunta que f**a é: que idoso você quer ser?

O que colhe os frutos dos cuidados de hoje, ou o que a fragilidade surpreende desprevenido?

Endereço

Goiânia, GO

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