18/07/2025
Não foi o ministro Alexandre de Moraes, do STF, muito menos Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal ou mesmo o presidente Lula que colocaram uma tornozeleira eletrônica em Jair Bolsonaro, nesta sexta (18), mas o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o deputado federal licenciado, Eduardo Bolsonaro, e o próprio ex-presidente. Os três deixaram claro, com a conspiração contra os interesses brasileiros e com seus ataques ao STF, que uma fuga de Jair para a Flórida estava logo ali.
A chantagem do presidente dos Estados Unidos contra o Brasil, com a imposição de um tarifaço que levará à perda de milhares de empregos e de bilhões em receitas, mostrou que Trump estaria disposto a acolher um fugitivo Jair, que chegasse a seu território através da Argentina de Javier Milei, por exemplo. Ou na embaixada dos EUA em Brasília, onde o ex-presidente pediria um salvo-conduto para poder deixar o país.
Ao mesmo tempo, Eduardo não teve pudor algum em exibir que era ele quem subsidiava e influenciava as decisões da Casa Branca nesse sentido.
Coroando tudo, Jair tem mostrado desespero e destempero diante da condenação, que pode vir já em setembro. Desde que a crise com os Estados Unidos começou, ele tem usado suas redes sociais para fomentar ações contra o Brasil e atacar o seu julgamento, bem como os seus ministros. Diante disso, Moraes não tinha muita alternativa a não ser aumentar o grau de dificuldade para a fuga de Bolsonaro, inclusive proibindo que chegue perto de embaixadas, e impedir que ele continue usando suas redes para obstrução da justiça.
Vale lembrar que, em fevereiro do ano passado, após ter seu passaporte apreendido pela Polícia Federal, Bolsonaro permaneceu dois dias escondido na Embaixada da Hungria, em uma espécie de test drive e AirBnB de fuga.
Ao final, diante de tudo que aconteceu, ficou barato para Bolsonaro. Ele poderia ter sido preso de forma preventiva. Provavelmente, Moraes fez o cálculo de que o xilindró seria, para Jair um presentão em um momento em que ele começa a ser chamado de traidor da pátria pelo conluio com os EUA (íntegra do texto no UOL)