01/12/2025
José Dirceu, um articulador político chave na campanha de reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou em entrevista ao O Estado de S.Paulo que o atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, enfrenta um 'ultimato' para concorrer à Presidência do Brasil em 2026. Dirceu caracterizou Tarcísio como o candidato preferido do 'establishment agrário e financeiro do país', e indicou que, caso Tarcísio opte por não concorrer, o governador do Paraná, Ratinho Júnior, seria a opção secundária, enfatizando que 'eles têm que ganhar de nós'.
Dirceu também comentou sobre o futuro político de Jair Bolsonaro, afirmando que o ex-presidente não 'sairá de cena' apesar de seus problemas legais, mas que o 'bolsonarismo' deixará de ser a maioria no país, com Bolsonaro se tornando um 'coadjuvante' em futuras eleições. Em relação ao Partido dos Trabalhadores (PT), Dirceu expressou confiança em sua capacidade de recuperar o status de maioria através de alianças estratégicas, referenciando a campanha de reeleição de Lula e potenciais alinhamentos em vários estados.
Olhando para 2026, Dirceu revelou sua intenção de concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados, visando contribuir para o PT e uma potencial administração Lula reeleita. Ele destacou sua experiência e propôs reformas, incluindo reforma política com proporcionalidade na Câmara e fidelidade partidária, bem como reforma social. A elegibilidade de Dirceu para concorrer segue a anulação de suas condenações pelo Ministro Gilmar Mendes em 2024, após desafios legais anteriores, incluindo uma cassação de mandato em 2005 e prisões em 2013 e durante a operação Lava Jato.
Quando questionado sobre o 'orçamento secreto' e sua comparação com o escândalo do Mensalão, Dirceu esclareceu que, embora a compra de votos nunca tenha sido comprovada no Supremo Tribunal Federal, o uso de empréstimos bancários para financiar fundos ilegais e despesas de campanha foi alegado. Ele também afirmou sua intenção de buscar uma revisão criminal de seu caso.
Café com Gaza